Covid-19: África do Sul suspende distribuição da vacina de Oxford

Imunizante oferece proteção limitada contra variante B.1.351

Neste domingo (07), a África do Sul anunciou a suspensão da distribuição da vacina de Oxford, desenvolvida em parceria com a AstraZeneca, após a Universidade de Oxford divulgar dados que revelam proteção limitada do imunizante contra a “variante sul-africana” (501Y.V ou B.1.351).

De acordo com a AstraZeneca, a eficácia da vacina de Oxford contra Covid-19 caiu em testes realizados contra a variante sul-africana.

“Neste pequeno estudo de fase I e II, os dados iniciais mostraram eficácia limitada contra infecções leves principalmente devido à variante sul-africana B.1.351”, disse um porta-voz da AstraZeneca em resposta à reportagem do Financial Times.

Embora nenhum dos 2 mil voluntários dos testes tenha sido hospitalizado ou morrido por conta da Covid-19, o governo da África do Sul anunciou a suspensão do uso da vacina de Oxford. Cientistas do Ministério da Saúde sul-africano agora vão analisar os dados para decidir como proceder.

O motivo da precaução do governo sul-africano se dá principalmente pelo fato de os testes da vacina de Oxford conduzidos contra a variante sul-africana não serem capazes de responder se o imunizante é eficaz na proteção contra Covid-19 grave.

“No entanto, não fomos capazes de determinar adequadamente seu efeito contra infecções graves e contra hospitalização, uma vez que os indivíduos eram predominantemente adultos jovens saudáveis”, disse o porta-voz da AstraZeneca.

Mesmo assim, a AstraZeneca acredita que a vacina de Oxford seja capaz de combater infecções graves de Covid-19, pois a atividade de anticorpos neutralizantes é equivalente à de outras vacinas que mostraram eficácia contra casos mais sérios.

África do Sul começará campanha sem vacina de Oxford

O governo da África do Sul recebeu 1 milhão de doses da vacina de Oxford produzidas pelo Instituto Serum, da Índia, e pretendia aplicá-las em profissionais de saúde em breve.

No entanto, agora apenas as vacinas da Pfizer/Biontech e da Johnson & Johnson serão distribuídas na primeira fase do programa de vacinação, enquanto especialistas buscam meios de a vacina de Oxford ser incluída entre as opções.

“O que isso significa para o nosso programa de vacinação, que dissemos que começará em fevereiro? A resposta é que continuará”, disse Zweli Mkhize, Ministro da Saúda da África do Sul, em entrevista coletiva.

Para evitar que a vacina de Oxford fique obsoleta contra novas variantes do coronavírus, as fabricantes começaram a adaptar o imunizante.

“A Universidade de Oxford e a AstraZeneca começaram a adaptar a vacina contra esta variante e irão avançar rapidamente no desenvolvimento clínico para que esteja pronta para entrega no outono (do Hemisfério Norte), caso seja necessário”, disse o porta-voz da AstraZeneca.