Na manhã desta quarta (10), o voo com 5,6 mil litros de insumo para produção de doses da CoronaVac pelo Instituto Butantan chegou ao aeroporto de Cumbica, São Paulo, vindo de Pequim, na China. A carga será usada para envasar de 8,7 milhões de doses do imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.
Cerca de 20 minutos após o pouso, os 5,6 mil litros de insumo começaram a ser descarregados. Após liberação da alfândega, a carga será enviada ao Instituto Butantan, onde as doses serão envasadas, embaladas e rotuladas. A expectativa é que esse novo lote com 8,7 milhões de doses comece a ser distribuído a partir do dia 23 de fevereiro.
Com a carga recebida nesta quarta, o Instituto Butantan totaliza 27 milhões de doses da CoronaVac. Esse é o segundo lote de insumos recebido em 2021. O primeiro, com 5,4 mil litros de insumo, chegou dia 03 de fevereiro e rende 8,6 milhões de doses a serem entregues ao Ministério da Saúde até 23 de fevereiro.
Até abril o Butantan espera receber o total de 46 milhões de doses da CoronaVac. Dessas, 6 milhões foram importadas prontas da China e já estão sendo usadas no Plano Nacional de Imunização contra Covid-19. Cerca de 4 milhões de pessoas foram vacinadas em todo o Brasil, sendo que pouco mais de 1 milhão estão no estado de São Paulo.
A eficácia global da CoronaVac nos testes feitos no Brasil pelo Instituto Butantan é de 50,38%. Esse número inclui até mesmo os casos leves que não precisam de cuidados médicos. Já para proteção de casos que precisam de atendimento médico, a eficácia fica entre 78% e 100% (casos graves e mortes).
Apesar de apresentar taxa de eficácia global inferior a outros imunizantes contra Covid-19, como o da Pfizer (95%), a CoronaVac pode levar vantagem contra novas variantes do coronavírus. Isso porque, ao contrário das demais vacinas atuais, o imunizante do Butantan usa o vírus inteiro inativado, induzindo a criação de anticorpos que interagem com todas as 20 a 30 proteínas do coronavírus.
Já vacinas como a da Pfizer focam apenas na proteína S (Spike), responsável pela entrada do vírus nas células humanas. Então, quando uma mutação do coronavírus ocorre exatamente na proteína S, esses imunizantes podem ter dificuldade em identificar a presença do vírus no corpo humano.
Ou seja, embora a vacina do Butantan tenha pior desempenho para impedir totalmente a infecção pelo coronavírus, ela deve ter a eficácia menos afetada pelas novas variantes.