Em sua última reunião divulgada pelo Banco Central, o Copom analisou o cenário econômico nacional e traz informações importantes.
De acordo com o cenário básico, que utiliza a trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e o câmbio seguindo a paridade do poder de compra, as projeções de inflação estão acima da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023.
O BC informa que o Comitê ponderou que a assimetria no balanço de riscos, resultante dos desenvolvimentos no cenário fiscal, implica elevação do risco altista para as projeções do seu cenário básico, e avalia que esse viés de alta é agora maior do que o anteriormente considerado.
Como consequência, o Comitê concluiu que o grau apropriado de aperto monetário é significativamente mais contracionista do que o utilizado no cenário básico.
Diante desse resultado, o Copom avaliou o ritmo apropriado de elevação dos juros. Para tal, analisou a convergência da inflação para as metas utilizando simulações com diferentes trajetórias de política monetária, sob diferentes cenários alternativos, informa o Banco Central.
O Comitê observou que, neste período do ano, choques nos preços das commodities em reais já têm efeito direto na inflação de 2022, elevando a volatilidade dessas projeções.
Apesar disso, o Comitê entende que um processo de desancoramento de expectativas pode gerar elevados custos econômicos de longo prazo, motivando o Copom a escolher uma trajetória de elevação de juros compatível com a convergência da inflação para a meta ainda em 2022, informa o Banco Central do Brasil.
O Comitê avaliou, inclusive, cenários com ritmos de ajuste maiores do que 1,50 ponto percentual. Sendo assim, o BC informa que prevaleceu, no entanto, a visão de que trajetórias de aperto da política monetária com passos de 1,50 ponto percentual, considerando taxas terminais diferentes, são consistentes, neste momento, com a convergência da inflação para a meta em 2022, mesmo considerando a atual assimetria no balanço de riscos.
De acordo com o BC, considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual, para 7,75% a.a.
O Copom entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e 2023.