Nesta sexta-feira (27), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a bandeira vermelha na conta de luz, no patamar 2, para o mês de setembro. Desse modo, o custo de cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumido se mantém em R$9,492. Segundo a agência, o mês de agosto manteve o estado crítico dos reservatórios das usinas hidrelétricas do país.
“Agosto foi mais um mês de severidade para o regime hidrológico do Sistema Interligado Nacional (SIN). O registro sobre as afluências às principais bacias hidrográficas continuou entre os mais críticos do histórico. A perspectiva para setembro não deve se alterar significativamente, com os principais reservatórios do SIN atingindo níveis consideravelmente baixos para essa época do ano”, informou a Aneel.
Durante a crise hídrica em que há baixo nível de água nos reservatórios, é necessário gerar energia de outros tipos de usina, como as termelétricas. As termelétricas geram energia a partir de combustíveis fósseis, como diesel e gás. No entanto, este tipo de usina além de ser mais poluente, ainda é mais cara. Em vista disso, quando as termelétricas são acionadas, o custo da conta de luz fica mais alto.
O dinheiro que é pago na conta de luz vai para a distribuidora, que funciona como uma grande arrecadadora. Ela é responsável por repassar parte do valor para todas as empresas da cadeia do setor de geração de energia e a parte dos tributos e taxas para União, governos estaduais e prefeituras.
Nesse sentido, o valor da conta de luz incorpora os seguintes custos e tributos:
Custos de distribuição, transmissão e geração de energia elétrica;
Tributos: PIS e Cofins (federais) e ICMS (estadual e que varia entre os estados);
Encargos setoriais: utilizados para cobrir os custos do setor elétrico, como subsídio para clientes de baixa renda;
Pode ter uma taxa para as prefeituras para a manutenção do sistema de iluminação pública;
Bandeira tarifária. Atualmente, está em vigor o patamar 2 da bandeira vermelha, que adiciona R$ 9,49 na conta para cada 100 kWh.
“A distribuidora tem dois trabalhos. O primeiro é distribuir energia, e o segundo é que ela funciona como uma grande arrecadadora”, afirma Iuri de Oliveira Barouche, responsável pela regulação da Enel em São Paulo. “Ela arrecada o dinheiro e repassa os recursos para (as empresas de) geração e transmissão.”
No entanto, nem todo o valor pago na conta de luz vai para a distribuidora. Parte do valor vai para a distribuidora e outra parte são encargos e tributos. Em São Paulo, por exemplo, de cada R$ 100 pagos pelo consumidor, quase R$ 23 ficam com a Enel.
A Aneel separou algumas dicas para reduzir o valor da conta de luz dos consumidores. Entre elas estão: o uso racional do chuveiro elétrico (banhos de até 5 minutos e em temperatura morna) e do ar condicionado (manter os filtros limpos e reduzir ao máximo seu tempo de utilização).
Outras dicas para diminuição do custo da conta de luz são listadas. Como por exemplo, economia com a geladeira (só deixar a porta da geladeira aberta o tempo que for necessário, regular a temperatura interna de acordo com o manual de instruções e nunca colocar alimentos quentes dentro da geladeira).