Dados divulgados pela TR Soluções apontam que o reajuste na conta de luz deve ser menor no 2º semestre de 2022. A estimativa é de que neste semestre, a média na alta das tarifas residenciais seja de 5,6%, número bastante inferior ao reajuste médio observado no primeiro semestre do ano (13,57%).
A empresa de tecnologia especializada em tarifas de energia ainda informou que no acumulado do ano, a expectativa é que o reajuste médio na conta de luz seja de 9,8%. Vale informar que o reajuste menor neste semestre deve ocorrer porque o alto custo de geração de energia ocasionado pela crise hídrica já foi repassado aos consumidores.
“No caso daquelas [distribuidoras] que passam pelo processo no primeiro semestre, os custos extras com a crise foram repassados às tarifas apenas neste ano, pressionando os porcentuais”, disse o diretor de Regulação da TR Soluções, Helder Sousa.
Os reajustes no valor da conta de luz são feitos anualmente pelas distribuidoras de energia. Apesar disso, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) explica que a alta nas tarifas de energia abrangem custos que não são de responsabilidade das distribuidoras como: impostos, encargos, custos de geração e transmissão de energia.
No final de junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um aumento médio de 12,04% para as tarifas da Enel SP. O novo valor começou a valer na última segunda-feira, 4 de julho. Segundo informações divulgadas pela agência, o aumento será de 18,03% para alta tensão e 10,15% para baixa tensão.
Desse modo, 24 cidades do estado de São Paulo terão aumento no preço da conta de luz. Em contrapartida, os outros municípios do estado, atendidos pela CPFL não sofreram aumento nas tarifas.
Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) indicam que o valor da conta de luz residencial registrou uma queda de 0,68% em junho. Essa desaceleração vem ocorrendo após algumas medidas serem tomadas pelo governo federal com o objetivo de amenizar o preço da energia elétrica em ano eleitoral.
Entre essas medidas é possível citar a redução do ICMS, tributo estadual que incide sobre energia. De acordo com a Aneel, o teto aprovado no Congresso para a cobrança do imposto tem potencial para reduzir o valor da conta de luz em aproximadamente 12%.
A bandeira verde, modalidade onde não há cobrança adicional no valor da conta de luz, se mantém em vigor desde o dia 16 de abril de 2022. Além disso, a expectativa é de que essa bandeira tarifária permaneça até o final do ano.
A expectativa de que a conta de luz não tenha cobranças adicionais nos próximos meses se deve ao fato de que os reservatórios das hidrelétricas vêm se recuperando da crise hídrica que o país enfrentou no ano passado. Os consumidores podem conferir a bandeira tarifária do próximo mês no site oficial da Aneel.