Saúde e Bem Estar

Consumo de insetos comestíveis vem crescendo no Brasil

Considerados como fontes de proteína e com potencial antioxidante, os insetos já estão sendo incluídos nos cardápios dos brasileiros

Imagem: François Lenoir/Reuters

Os insetos já fazem parte da alimentação de cerca de dois bilhões de pessoas no mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), inclusive, vêm sendo apontados como principais substitutos da carne, durante um possível desabastecimento global no futuro, para suprir a necessidade de proteína diária.

Apesar de muitas pessoas associarem os insetos a um sabor desagradável, quem os consome assiduamente confirma que eles são bem agradáveis, inclusive, são comparados ao chuchu, visto que não possui um sabor significativo e logo, não alteram a qualidade das receitas.

O consumo destes animais já é bem típico em países da Ásia, África e América Latina, inclusive, a tendência vem caindo no gosto dos brasileiros.

Consumo de insetos comestíveis no Brasil

No Brasil, o consumo já era tradicional em culturas indígenas como no na Ilha do Marajó (PA), onde o bicho do tucumã, uma espécie de larva de besouro é bem frequente na alimentação regional. Este tipo de inseto pode ser servido em farofas, como também frito ou in natura.

Outras espécies como formigas, cigarras, cupins e gafanhotos fazem parte da cultura alimentar dos índios do Xingu.

Além dos indígenas, a apreciação de insetos comestíveis também é recorrente nas culturas nordestinas, mineiras e paulistas, através do consumo de formigas tanajuras ou içás e das larvas do bicho-do-coco, principalmente no Norte.

Apesar desta preferência de consumo regional, a integração dos insetos também abrange outras localidades do país, inclusive, este tipo de alimento já faz parte do cardápio dos mais conceituados restaurantes brasileiros.

Propriedades nutricionais dos insetos comestíveis

Este aumento do consumo de insetos no país não é puro modismo. A busca por fontes de proteínas na alimentação fez com que esses animais fossem visto com novos olhos pelos brasileiros.

Isso porque os insetos são potencialmente nutritivos e além de conter um alto teor de proteína, também são considerados fontes antioxidantes.

De acordo com estudos divulgados pela revista científica Frontiers in Nutrition, devido à alimentação baseada em plantas associadas as suas propriedades ecológicas, os insetos são considerados grandes alimentos funcionais e sustentáveis.

Sobre a capacidade antioxidante, animais como as cigarras e o bicho da seda possuem valor maior do que o azeite de oliva.

Alimentos antioxidantes são capazes de inibir a oxidação celular, protegendo as células contra os radicais livres, que levam ao envelhecimento precoce, inclusive, sobre o surgimento de doenças cardiovasculares e diabete.

Há também, outros estudos indicando a excelente capacidade nutricional dos insetos devido à quantidade de proteínas, sais minerais e ácidos graxos essenciais, os ômegas em seu conteúdo substancial.

Apesar de todas essas vantagens relacionadas aos insetos, vale destacar, que o consumo não deve ser através destes animais encontrados em casa ou no quintal. É preciso adquirir insetos comestíveis, que geralmente são criados em cativeiros, evitando assim, qualquer tipo de contaminação.

Mesmo com o consumo de insetos cada vez mais acentuado no país, o mercado e comercialização desse tipo de alimento ainda são bem escassos, diante disso, muitos brasileiros acabam importando produtos como farinhas com insetos, entre outros preparados, a fim de garantir uma nutrição ainda mais rica em proteína e antioxidantes.