O Ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT) quebrou o silêncio sobre a desistência dos bancos privados e públicos em relação ao consignado para segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O chefe da pasta previdenciária disse que não concorda com o movimento, e cobrou Lula e o Palácio do Planalto por uma ajuda na questão.
Em suas rede sociais, Lupi repostou uma nota conjunta de Centrais Sindicais dando a indicação de que concorda com a opinião das mesmas. “Essa atitude dos bancos demonstra que a sede por lucros não tem limites, e é inaceitável que os aposentados e pensionistas sejam prejudicados dessa forma”, repostou o Ministro.
“Diante dessa situação, as Centrais Sindicais cobram do Governo a utilização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para garantir as linhas de crédito para os aposentados e pensionistas que precisarem com as novas taxas em vigência”, disseram as Centrais. Este trecho também foi repostado pelo Ministro.
“É necessário que o Estado assuma sua responsabilidade social e garanta o acesso para aposentados e pensionistas. E não ceda aos melindres de um grupo de bancos que não aceitam diminuir seus lucros em tempos tão difíceis para o povo brasileiro. É preciso que o Governo atue de forma firme e efetiva para garantir os direitos da classe trabalhadora, e não ceda aos interesses dos bancos e do mercado financeiro.”
A publicação desta carta pelo Ministro da Previdência acontece horas depois de vários bancos anunciarem que não devem mais ofertar o consignado para segurados do INSS. Em coro, as instituições alegaram que não há condições de captar pessoas com a nova taxa de juros estabelecida.
No decorrer da quinta-feira (16), bancos como Itaú, Bradesco e Pan foram apenas algumas das instituições privadas que saíram do sistema. Em todos os casos, os diretores afirmam que a retirada da linha é temporária, o que indica que eles poderão voltar após nova negociação com o Governo Federal.
Nesta sexta-feira (17), até mesmo os bancos públicos como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal anunciaram que devem sair da linha do consignado. Estas instituições também alegam que não há como se manter no consignado diante das novas regras.
“Com a mudança, a Caixa esclarece que a linha está suspensa e informa que sua disponibilidade está condicionada à finalização dos estudos técnicos de viabilidade econômico-financeira e operacional, já em andamento, com vistas a garantir a adequação das concessões aos novos dispositivos normativos”, disse a Caixa.
“Tão logo haja novidades sobre a retomada das contratações no âmbito do convênio informaremos”, disse o Banco do Brasil.
Na última segunda-feira (13), o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) votou pela redução do teto da taxa de juros. Tal valor vai sair de 2,14% para 1,70%.
A decisão foi tomada com 12 votos pela redução e 3 contrários. O novo sistema de teto de juros já foi publicado por meio de portaria no Diário Oficial da União (DOU). Contudo, tais mudanças ainda não estão valendo porque ainda dependem da publicação de uma normativa interna pelo INSS.