O consignado do Auxílio Brasil já está sendo oficialmente praticado e milhares de pessoas já solicitaram o crédito. Embora as condições do empréstimo sejam alardeadas como vantajosas pelos bancos, o fato é que a taxa de juros que são praticadas pelas instituições para esta modalidade é maior do que a média do mercado.
Oficialmente, o Ministério da Cidadania estipulou um teto de taxa de juros de 3,5% ao mês. Os bancos homologados para operar o consignado do Auxílio Brasil podem escolher qualquer patamar, desde que não ultrapassem este limite. Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, a taxa final ficou em 3,45% ao mês.
Antes da liberação do consignado para usuários do Auxílio Brasil, a presidente do banco, Daniella Marques, chegou a dizer que ofereceria a taxa de juros mais baixa do mercado. Contudo, é possível afirmar que na prática, os números mostram uma realidade diferente da que foi aplicada nesta promessa.
Começando pela própria taxa de juros. Como dito, na Caixa, esta taxa está fixada em 3,45% ao mês. O consignado para o setor privado é de 2,64% ao mês. Aos funcionários públicos a mesma taxa é de 1,96% e para os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social ela é de 1,94% ao mês. Estamos falando de tetos, ou seja, os valores máximos.
Quando se considera a taxa de juros ao ano, as grandezas aumentam de maneira obviamente proporcional. De todo modo, é importante que o cidadão tenha acesso aos números para entender o que o acúmulo da taxa de juros pode fazer com a dívida. Veja abaixo:
No consignado, os pagamentos acontecem na forma de descontos direto da fonte. No caso dos usuários do Auxílio Brasil, por exemplo, os abatimentos ocorrem todos os meses nas parcelas do programa. Já para os segurados do INSS, os descontos são aplicados na aposentadoria.
Abaixo, você pode saber qual é o tamanho do desconto máximo para cada cidadão:
Há um detalhe importante neste ponto. O valor médio do Auxílio Brasil é de pouco mais de R$ 600 por mês. Para as demais modalidades, o saldo mínimo é de R$ 1212. Isto indica que as regras tiram uma fatia maior dos usuários que ganham menos por mês.
Neste sentido, há outro número importante: o valor que o cidadão terá que devolver ao banco. Este patamar varia de acordo com o saldo que o indivíduo solicitou. Para servir de exemplo, vamos imaginar aqui que um usuário recebeu R$ 2.582 da Caixa Econômica Federal. Trata-se do número médio de repasses divulgado pelo banco.
Neste caso, este cidadão teria que devolver para a Caixa, um total de R$ 3.840. Estamos falando de um juros de R$ 1.258 a pagar.
Agora vamos imaginar que um segurado do INSS solicite também os mesmos R$ 2.582. Neste cenário, ele teria que devolver R$ 3.255,20 aos cofres dos bancos. Estamos de um juros de R$ 672,32 a pagar.