As figuras de linguagem são mecanismos linguísticos que podem ser usados pelo falante ou escritor com o objetivo de tornar o texto mais expressivo, dando ênfase. Entre as Figuras de Linguagem há ainda outras subdivisões, são elas Figuras de Pensamento, Figuras de Palavras, Figuras de Som e Figuras de Sintaxe.
Neste artigo apresentaremos algumas das principais Figuras de Sintaxe, aquelas que mais costumam ser cobrados no Enem e em vestibulares.
Também conhecidas como figuras de construção, essas figuras consistem em mecanismos textuais que são realizados através de alterações intencionais das estruturas sintáticas. Podendo ocorrer, nesse sentido, inversões na ordem das palavras, apagamentos e outros.
São consideradas figuras de construção as seguintes: polissíndeto, assíndeto, elipse, zeugma, anacoluto, silepse, pleonasmo, anáfora, hipérbato e sínquise.
Veja as características das mais comuns!
A elipse consiste na omissão de termos da oração (um ou mais). Esses termos podem ser facilmente identificados pelo contexto, sejam eles nomes ou verbos. Nesse sentido, a leitura semântica é imprescindível para identificar a elipse.
No exemplo abaixo Machado de Assis recorre à elipse, omitindo o verbo haver.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (Machado de Assis)
O polissíndeto, por sua vez, consiste na coordenação dos termos da oração com o emprego de conjunções. Nesse sentido, as mais comuns são: mas, e, nem.
Como no exemplo: “Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.” (Rubem Braga)
Já o assíndeto é o contrário do polissíndeto, pois consiste no apagamento ou omissão de conjunções e conectivos, o que resulta, desse modo, em orações justapostas.
Como exemplo, temos a clássica frase: “Vim, vi, venci.” (Júlio César)
Por fim, temos o hipérbato, que consiste na inversão da ordem dos constituintes. Na língua portuguesa, a ordem comum da oração é sujeito – verbo – objeto, desse modo, o hipérbato consiste na mudança dessa ordem direta, com a inversão das posições.
Como no exemplo: “Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco.” (Gonçalves Dias)
Um exemplo clássico de ocorrência o hipérbato é a construção das frases no Hino Nacional Brasileiro: “E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos / Brilhou no céu da Pátria nesse instante.”