Economia

Confira agora quais as ações mais subiram na Bolsa desde o corte da Selic

No início deste mês, o Banco Central (BC) promoveu o primeiro corte dos juros no Brasil em três anos. A taxa Selic caiu de 13,75% para 13,25% ao ano, após ficar quase um ano nesse patamar. Essa redução beneficiou a renda variável, da qual faz parte o mercado acionário. Mas será que as ações listadas na Bolsa de Valores Brasileira cresceram desde então?

Desde a nova taxa básica de juro da economia brasileira entrou em vigor, apenas 15 das 85 ações do Ibovespa tiveram ganhos. A saber, Ibovespa é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira.

Em resumo, estes papeis estão se beneficiando devido a três fatores:

Estas 15 ações representam apenas 4,73% da carteira teórica do Ibovespa. Isso quer dizer que estes papeis não têm força para influenciar a Bolsa Brasileira de maneira significativa, tanto que o Ibovespa vem caindo desde o início deste mês.

Veja as ações do Ibovespa que subiram

Apesar da queda do Ibovespa em agosto, 15 ações conseguiram acumular ganhos desde o corte dos juros no Brasil. Confira abaixo quais papeis subiram no período:

  1. Alpargatas: 11,43%;
  2. BRF: 8,78%;
  3. Hapvida: 8,66%;
  4. São Martinho: 7,86%;
  5. TIM: 4,13%;
  6. BB Seguridade: 3,93%;
  7. Eztec: 3,78%;
  8. Copel: 3,04%;
  9. Vibra: 2,32%;
  10. Sabesp: 2,18%;
  11. Natura: 1,63%;
  12. Marfrig: 1,05%;
  13. Suzano: 0,81%;
  14. Arezzo: 0,15%;
  15. Yduqs: 0,05%.

Veja o que está impulsionando as ações

No caso da Alpargatas, que tem o melhor resultado desde a queda dos juros no Brasil, a empresa está conseguindo crescer graças a uma oferta pública de aquisição de 32 milhões de ações preferenciais em maio.

Já a BRF vem se beneficiando da queda dos preços da soja e do milho. Em síntese, a colheita dos grãos foi muito forte neste ano, e os preços dos alimentos caíram. Como a BRF utiliza os grãos para alimentar os frangos que produz, os custos caíram, atraindo mais investidores, que passaram a comprar as ações da empresa.

Já o Hapvida, que teve o terceiro melhor resultado, beneficiou-se de uma melhora das margens registrada no segundo trimestre de 2023. Além disso, houve uma redução de 0,5% da quantidade de clientes que utilizaram o seguro-saúde no período. Tudo isso beneficiou a empresa.

Fechando o top cinco, ficaram São Martinho e TIM. No primeiro caso, a produtora de açúcar e álcool se beneficiou do aumento de 15% do preço do açúcar no mundo. Já as ações da TIM cresceram graças ao lucro registrado pela empresa no segundo trimestre de 2023, duas vezes maior que o do mesmo período de 2022.

Vale destacar que as demais empresas cujas ações cresceram desde o corte dos juros se beneficiaram, principalmente, com a alta do dólar, a melhora de dados institucionais e a própria queda dos juros.

Ações do Ibovespa se beneficiam com redução dos juros e alta do dólar. (Imagem: Pixabay).

Ibovespa tem maior sequência de quedas da história

O mês de agosto de 2023 ficará marcado por um bom tempo na história da Bolsa de Valores Brasileira. Em suma, o Ibovespa caiu em todos os pregões do mês, acumulando a maior sequência de quedas da história. Já são 12 sessões consecutivas de resultados negativos, que vêm atingindo a maioria das ações listadas no índice.

Cabe salientar que, apesar de acumular 12 quedas consecutivas, o indicador registra uma perda de “apenas” 5,21% no mês. A variação é considerada pequena para tantos recuos assim. Aliás, no acumulado de 2023, o Ibovespa ainda conserva ganho de 5,33%, número que já chegou a superar 12%.

Por que o corte dos juros não impulsionou as ações?

Os juros mais elevados beneficiam a renda fixa, que fica mais atrativa aos investidores, pois sua rentabilidade aumenta. Quando ocorre o contrário e os juros estão baixos, a renda variável passa a ser uma opção mais vantajosa.

Embora os juros tenham sido reduzidos, o nível ainda está muito elevado. Esse é um fator que não ajuda na atratividade da renda variável. Ainda assim, as ações do Ibovespa poderiam se beneficiar com o corte da Selic, ainda mais porque a expectativa é de mais reduções nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

Isso não está acontecendo devido às preocupações vindas do exterior, que estão pressionando os investidores a evitarem ativos de risco, como os do Ibovespa. Como o cenário econômico global não está muito otimista, os investidores tendem a buscar ativos mais seguros, como os títulos norte-americanos, deixando os países emergentes, como o Brasil, de lado.