Tatuagens do sistema prisional podem significar várias coisas. Se alguma vez já esteve detido. Se é um indivíduo procurado pelas autoridades. O tipo de crime que cometeu. Seu nível de periculosidade. Orientação sexual. Envolvimento em atividades criminosas.
Dentro do ambiente carcerário, seja no Brasil ou em outros países, os detidos frequentemente adotam tatuagens como uma maneira de indicar sua afiliação a grupos criminosos, bem como os delitos que cometeram. Essas tattoos não têm finalidade estética, ao contrário. Elas têm o propósito de revelar a identidade do preso, os crimes associados e até mesmo o sentimento que deve ser nutrido por eles, que pode variar entre medo, ódio ou desprezo.
Na verdade, as tatuagens do sistema prisional constituem um meio de comunicação entre os detentos, tratando de tópicos que frequentemente evitam abordar. Somente aqueles que estão envolvidos nesse contexto específico conseguem captar tais mensagens.
As tatuagens feitas nas prisões ocorrem sem a devida atenção à saúde e higiene, o que acarreta riscos de contaminação, incluindo AIDS e hepatite. Nas unidades penitenciárias do Brasil, os indivíduos detidos frequentemente improvisam seus próprios instrumentos para tatuar.
Esses apetrechos são criados de maneira rudimentar, utilizando-se pregos, arames, clipes, agulhas, pedaços de madeira, entre outros materiais. Para conferir cores aos traços, são empregadas tintas de canetas esferográficas convencionais, incluindo verde, azul, preto e vermelho.
Marcada nas costas, em dimensão reduzida, indica envolvimento em latrocínio ou homicídio. Mas, quando nas mãos, braços ou coxas, aponta para a prática de homicídio.
Marcada de maneira proeminente nas costas e em tamanho considerável, denota que o detido sofreu violência durante o período de encarceramento. Assim, simultaneamente, identifica-o como um estuprador. Se as tatuagens do sistema prisional do tipo são feitas no peito em tamanho reduzido, sugere um desejo de proteção.
Marcada nas mãos, antebraços, cotovelos e pernas, representa a lembrança do parceiro falecido.
O símbolo das tropas de operações especiais de algumas Polícias Militares do Brasil representa a ordem e a justiça, sendo a faca associada ao sigilo e a caveira à missão. Contudo, no contexto do crime, essa tatuagem adquire outro significado.
É frequentemente tatuada no antebraço, embora possa ser colocada em qualquer parte do corpo, por indivíduos que tenham cometido homicídios contra policiais militares ou civis. Na prisão, essa tattoo é exibida com orgulho, visando a intimidação e a busca por respeito dentro do ambiente criminoso.
Essas tattoos muitas vezes servem para indicar a posição, respeito ou medo que o preso inspira dentro da hierarquia do sistema prisional. É importante destacar que esses significados podem variar entre diferentes grupos criminosos e regiões.
A tatuagem mencionada, que simboliza a liberdade, é frequentemente escolhida por presos como uma forma de expressar o desejo de voltar à vida fora da prisão. Ela pode representar a esperança de sair em liberdade após cumprir a pena.
Esse desenho é frequentemente usado por ladrões de residências, também conhecidos como “caxangueiros”. Ela pode ser um símbolo de boa sorte e sucesso em suas atividades criminosas, enquanto também reflete a preferência por passar despercebido ou não ser detectado enquanto cometem seus crimes.
Conquanto, esses desenhos são usados por pessoas ligadas ao tráfico de drogas ou por viciados. Muitas vezes, indicam afiliação a gangues ou facções criminosas envolvidas no tráfico de drogas, bem como indicar o uso ou abuso de substâncias.
Pertencentes a indivíduos que estão dentro do comércio ilícito de substâncias. Ou seja, são marcas corporais dos traficantes, altamente influentes externamente ao ambiente carcerário e altamente requisitadas internamente.
Esse estilo era bem frequente de marcação nas prisões do Rio de Janeiro durante os anos 80 e 90. Empregadas por reclusos vinculados ao contrabando de substâncias nas penitenciárias cariocas.
Ademais, é uma tatuagem adotada por indivíduos associados ao tráfico de entorpecentes no estado do RJ, reconhecidos como integrantes das forças locais.
As tatuagens de morte com foice estão relacionadas aos “justiceiros”, que são presos envolvidos em grupos de extermínio ou que cometeram atos de violência por conta própria. Conquanto, podem ser usadas como símbolos de afiliação a esses grupos ou para demonstrar seu envolvimento em atividades criminosas.
A figura mitológica marinha, mulher atrativa e de melódica vocalização, marcada nos membros superiores e tronco, sugere indivíduo sentenciado por delito de agressão sexual (atração, ofensiva agressiva à moral). Quando gravada na perna direita, caracteriza sujeitos condenados por crime de violação.