A cesta básica ficou mais cara em quase todos os locais pesquisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em janeiro. Isso quer dizer que os brasileiros tiveram que gastar mais para comprar alimentos no primeiro mês deste ano.
De acordo com o Dieese, os preços da cesta básica subiram em 16 das 17 capitais pesquisadas em janeiro. O maior avanço foi registrado em Belo Horizonte, onde os preços dispararam 10,43% em relação a dezembro do ano passado.
Em seguida, ficaram Rio de Janeiro (7,20%), Brasília (6,27%), Goiânia (6,18%), Salvador (5,79%), Campo Grande (5,60%) e Florianópolis (5,51%). Os demais avanços oscilaram entre 1,76% e 4,42%, refletindo as variações intensas registradas no início deste ano.
No mês passado, apenas Fortaleza registrou queda nos preços da cesta básica, com o valor caindo 1,91% em relação a dezembro. Em suma, o reajuste do salário mínimo fez diversos supermercados elevarem o preço dos alimentos no primeiro mês de 2024, dificultando a vida dos brasileiros.
No ano passado, São Paulo teve a cesta mais cara do Brasil por sete meses, entre janeiro e junho e em novembro. Por sua vez, Porto Alegre apresentou o maior valor nos meses de julho, agosto, outubro e dezembro. Já Florianópolis assumiu a posição mais alta em setembro.
Em janeiro deste ano, estas três capitais apresentaram preços bastante elevados, mas o Rio de Janeiro entrou no top três, após apresentar a segunda maior alta do país. Com isso, os valores se aproximaram da marca de R$ 800 no mês, mas apenas um dos quatro locais teve um valor superior a essa marca. A saber, Florianópolis teve a cesta básica mais cara do Brasil em janeiro, para tristeza dos catarinenses.
Em dezembro, Florianópolis havia ficado no terceiro lugar do ranking nacional. No entanto, o forte avanço dos preços observado em janeiro fez a capital catarinense retornar ao primeiro lugar após quatro meses, superando os valores de Porto Alegre e São Paulo. Aliás, vale destacar a queda de três posições da capital gaúcha, do primeiro para o quarto lugar.
Veja abaixo as cestas básicas mais caras do país em janeiro:
Cabe salientar que estes quatro locais vêm apresentando os maiores valores do país há muitos meses. Entretanto, o Rio de Janeiro não assumiu a liderança em nenhum mês de 2023. Em todas as demais capitais, os valores ficaram abaixo de R$ 750, com algumas delas apresentando preços até mesmo inferiores a R$ 600.
Em Florianópolis, a batata figurou como o item que mais impulsionou o valor da cesta básica em janeiro. Na capital catarinense, o preço do tubérculo disparou 74,19%, avanço ainda mais expressivo que o acumulado nos últimos 12 meses (67,50%).
Em síntese, a batata ficou mais cara em todos os locais pesquisados devido ao excesso de chuvas, que reduziu a oferta do item no varejo nacional e fez os preços subirem fortemente no país.
Por sua vez, o preço do tomate subiu em 16 das 17 capitais pesquisadas por causa da menor oferta do fruto. No acumulado dos últimos 12 meses, Florianópolis teve a terceira maior alta do país (22,19%), abaixo apenas de Porto Alegre (39,71%) e Curitiba (27,25%).
Também vale destacar que o óleo de soja ficou mais caro em todos os locais em janeiro. Contudo, no acumulado dos últimos 12 meses, os valores da cesta básica caíram em todas as capitais, com destaque para Florianópolis (-28,99%) e Vitória (-27,47%).
De acordo com o Dieese, a composição da cesta básica no Nordeste é diferente dos demais locais. Por isso, os menores valores do país em janeiro foram registrados em capitais nordestinas, assim como ocorre todos os meses. Confira os menores valores do país no mês passado:
Entre as capitais nordestinas pesquisadas, apenas Fortaleza apresentou um valor superior a R$ 600. Na capital cearense, os consumidores tiveram que gastar R$ 618,32 para adquirir alimentos básicos em janeiro, valor superior apenas às demais capitais nordestinas.
Por outro lado, Aracaju teve a cesta básica mais barata do país em todos os meses de 2023, e isso também aconteceu em janeiro. Isso quer dizer que os moradores da capital sergipana conseguiram economizar, gastando bem menos que os consumidores do Sul do país para adquirirem alimentos básicos neste ano.