Economia

Confiança da CONSTRUÇÃO sobe em abril e atinge maior nível no ano

Os empresários da construção se mostraram mais otimistas em relação à atividade econômica do Brasil em abril deste ano. Após recuar 0,3 ponto em março, a confiança do setor voltou a subir no quarto mês de 2023 (+1,0 ponto), eliminando a perda registrada no mês anterior.

Em síntese, o Índice de Confiança da Construção (ICST) encerrou 2022 em queda, e também caiu em janeiro deste ano. Isso mostra que os empresários do setor estavam pessimistas com o início do governo Lula.

Em fevereiro, o resultado voltou a subir, mas recuou em março, ou seja, a taxa vem oscilando nos últimos meses, mantendo-se praticamente estável em relação ao final de 2022. Aliás, veja abaixo as variações do ICST nos últimos meses:

  • Novembro: -5,3 pontos;
  • Dezembro: -0,3 ponto;
  • Janeiro: -1,7 ponto;
  • Fevereiro: +0,8 ponto;
  • Março: -0,3 ponto;
  • Abril: +1,0 ponto.

Com estas variações, o ICST chegou a 95,4 pontos em abril deste ano, maior patamar desde novembro do ano passado (95,6 pontos).

A confiança das empresas da construção avançou influenciada tanto pela percepção em relação à situação corrente, quanto pelas expectativas, mas ainda sem recuperar o patamar de outubro do ano passado“, disse Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta semana.

Vale destacar que o ICST segue em patamar negativo. Em suma, taxas superiores a 100 pontos indicam otimismo dos empresários. Por outro lado, taxas inferiores a essa marca refletem o pessimismo da construção. Nos últimos meses, as variações do ICST ficaram pouco expressivas, indicando certa estabilidade na confiança dos empresários.

Presente e futuro fortalecem confiança

Em resumo, o ICST é composto por dois indicadores, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) e o Índice de Expectativas (IE-CST). Em abril, os índices seguiram os mesmos caminhos, influenciando positivamente a confiança dos empresários da construção.

Segundo o FGV IBRE, o ISA-CST subiu 0,6 ponto em abril, para 94,3 pontos. Esse patamar é bem próximo ao registrado em abril do ano passado (94,4 pontos), e, apesar do avanço, o indicador continua abaixo da marca de 100 pontos, que reflete a neutralidade da confiança dos empresários.

O avanço em abril aconteceu, principalmente, graças a dois componentes do ISA-CST. O primeiro deles, que reflete a situação atual dos negócios, subiu 0,5 ponto, para 92,7 pontos. Já o segundo componente, o indicador de carteira de contratos, avançou 0,7 ponto, para 95,9 pontos, após cinco meses consecutivos de queda.

Por sua vez, o IE-CST também subiu em abril, e o avanço nominal foi ainda mais forte que o do ISA-CST, ajudando a impulsionar o a confiança da construção. Em suma, o indicador subiu 1,4 ponto, para 96,7 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (103,2 pontos).

Esse resultado do índice de expectativas aconteceu exclusivamente graças à melhora do indicador de tendência dos negócios, que avançou 3,0 pontos, para 95,3 pontos. Em contrapartida, o indicador de demanda prevista variou negativamente 0,2 ponto no mês, para 98,1 pontos.

Venda de novos imóveis aumenta otimismo

Em abril deste ano, a confiança dos empresários da construção se fortaleceu, em parte, graças ao aumento das vendas de novos imóveis no país. Em síntese, o mercado imobiliário continua apresentando uma força surpreendente, apesar das dificuldades presentes no Brasil em 2023.

“Vale destacar a melhora das expectativas dos empresários nos segmentos de Edificações Residenciais e de Obras Viárias. O mercado imobiliário tem mostrado grande resiliência e sustentado aumento nas vendas de imóveis novos, a despeito da piora nas condições de crédito“, explicou Ana Maria Castelo.

Em março, o Banco Central manteve pela quinta vez consecutiva a taxa Selic estável em 13,75% ao ano. Para quem não sabe, essa é a taxa básica de juro da economia, e atualmente se encontra no maior patamar desde novembro de 2016.

Em resumo, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços, a temida inflação. Quanto mais alta a Selic estiver, mais altos ficam os juros no país, incluindo o imobiliário. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.

Embora todas essas dificuldades sejam enormes, o mercado imobiliário continua aquecido no país. Ainda assim, o ICST segue abaixo da marca de 100 pontos, indicando pessimismo dos empresários do setor.

Aliás, os principais fatores limitativos à melhora dos negócios, segundo os empresários, foram:

  • Demanda insuficiente;
  • Competição no próprio setor;
  • Escassez de mão-de-obra qualificada;
  • Custo da matéria-prima.