Câmara Legislativa do DF deve votar decreto que suspende volta às aulas

Decreto do governador Ibaneis Rocha publicado em edição extra do Diário Oficial do DF de quinta-feira (2/07) autoriza as aulas presenciais na rede pública a partir do dia 3 de agosto

O Conselho Tutelar de Brasília se manifestou contra a retomada presencial de aulas no Distrito Federal e recomendou que o Governo do Distrito Federal não reabra as escolas. Decreto do governador Ibaneis Rocha publicado em edição extra do Diário Oficial do DF de quinta-feira (2/07) autoriza as aulas presenciais na rede pública a partir do dia 3 de agosto. O retorno dos estudantes será feito de forma escalonada e com ensino híbrido entre presencial e mediado por tecnologias, metade da turma frequentando a escola uma semana, metade na outra. As aulas foram suspensas por quase cinco meses.

A posição, publicada em nota, diz que a reabertura de estabelecimentos de ensino, conforme foi proposta em calendário divulgado pelo Distrito Federal, coloca em risco a vida de crianças, adolescentes e seus familiares e lembra que, conforme todos os dados epidemiológicos, a previsão é de que a capital federal só atinja o ápice da curva de contaminação em agosto.

Essa preocupação também é compartilhada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Para tentar barrar a decisão do governador Ibaneis, o deputado distrital Leandro Grass propôs um decreto legislativo, que, se aprovado em plenário, suspende o decreto do Executivo.

Segundo o deputado, é preciso analisar a realidade das escolas públicas do Distrito Federal. A professora do Atendimento Educacional Especializado da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Dayse Prado, defende que as medidas adotadas pelo GDF são prematuras.

Os pais também não estão seguros quanto a mandar os filhos para a escola. Nancylle Carmelo, mãe da Ana Victória, de 12 anos, relata os receios que tem enfrentado. A Sociedade de Pediatria do Distrito Federal também recomendou que as aulas presenciais não fossem retomadas.

Em nota, a entidade apontou o aumento de casos desde que as medidas isolamento foram flexibilizadas e destacou que a decisão de reabrir escolas pode ser precipitada, já que, nesses ambientes – onde o comportamento é imprevisível e não dá para saber a quantidade de assintomáticos –, a possibilidade de contágio se torna ainda maior.

Também por nota, a Secretaria de Educação informou que nada será realizado sem a garantia à saúde dos professores, estudantes e servidores. Ainda segundo a Secretaria, foi elaborado um plano de volta às aulas que respeita todos os protocolos testados mundialmente e que, em breve, será divulgado o calendário escolar, que está sendo reformulado, e os protocolos para a retomada das atividades. *Informações da Rádio Agência Nacional

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