A Sejusp ( Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) investiga a morte de dois candidatos após TAF – Teste de Aptidão Física, uma das etapas mais importantes do concurso Polícia Penal MG ( Minas Gerais).
As mortes aconteceram no dia 10 e 12 de janeiro, após corrida de resistência, que aconteceu na região metropolitana de Belo Horizonte, em Lagoa Santa, no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR). As vítimas são Paulo Roberto Freitas, de 28 anos, advogado, e Samuel Douglas Pereira de Carvalho, instrutor de autoescola, de 25 anos.
Segundo informações, logo após passarem mal, os candidatos receberam os primeiros socorros e foram encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vespasiano. Contudo, Samuel e Paulo Roberto já tinham sido aprovados antes da intercorrência médica.
De acordo com os familiares dos candidatos, os jovens estavam bem, saudáveis, e apresentaram atestado médico comprovando aptidão para realização do teste.
A equipe ainda tentou transferir Paulo para UTI: Sobre o caso, o parente da vítima destacou: “Já falaram que era uma situação delicada, que ele tinha tido duas paradas cardíacas, estava inconsciente e intubado. Quando aparentemente conseguiram estabilizá-lo, tentaram transferi-lo para a UTI [Unidade de Terapia Intensiva] do Hospital da Unimed”.
Segundo familiares de Paulo, a Sejusp, assim como o Instituto Selecon, banca organizadora no concurso, ainda não entraram em contato.
Samuel Douglas Pereira de Carvalho morreu dois dias depois o que levantou o questionamento sobre o que teria acontecido durante as provas. O jovem foi levado à mesma UPA que Paulo e chegou a ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Célio de Castro, porém, não resistiu e veio a óbito no dia 12 de janeiro.
Após morte de Samuel, família de Paulo começou a pensar sobre o que poderia ter motivado o óbito: “Nós começamos a estranhar. Uma coisa é a morte de uma pessoa, que não sabemos se tinha alguma doença escondida, é uma possibilidade. Mas se tem uma segunda pessoa, começamos a questionar se não houve um problema na prova“.
Em nota, Sejusp informou sobre as mortes dos candidatos:
É com profundo pesar que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) confirma o óbito de dois candidatos participantes da etapa do Teste de Aptidão Física (TAF), do concurso para o provimento de vagas para a Polícia Penal de Minas Gerais. Um óbito ocorreu na última terça-feira (10/1) e o outro na quinta-feira (12/1).
Ambos apresentaram um quadro de mal súbito após a finalização do exame físico de corrida de resistência. Eles receberam os primeiros atendimentos por meio da equipe médica que acompanha todos os testes, ainda no local, e em seguida foram deslocados do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR) de Lagoa Santa, onde foram realizadas as avaliações, para a Unidade de Pronto Atendimento de Vespasiano. Os dois candidatos chegaram ao local com vida, mas o quadro de saúde se agravou e, infelizmente, eles vieram a óbito. Um deles chegou a ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Célio de Castro.
A Sejusp e o Instituto Nacional de Seleções e Concursos (Selecon), este último responsável pela realização do certame, acompanharam os candidatos e estiveram em contato com as equipes médicas durante todo o tempo de internação, prestando todo o suporte aos familiares.
Os atestados de óbito não foram disponibilizados. A Sejusp se solidariza com familiares e amigos neste momento tão difícil e inesperado. Todos os procedimentos necessários foram realizados pelo Instituto Selecon, com apoio da Sejusp que segue acompanhando o caso. Ressalta, ainda, que os dois candidatos apresentaram laudo médico liberatório, com a chancela de profissional habilitado, para a realização desta etapa do certame”.
Muito se especulou sobre a necessidade do Teste de Aptidão Fisica que leva a morte dos candidatos. Um familiar de Paulo se pronunciou: “Em concursos de vários estados, as provas costumam ser parecidas, não tem nada muito diferente. Se a morte de candidatos durante o TAF não é algo novo, talvez seja o caso de começar a se repensar a prova como um todo”.
Já sobre a realização do TAF e o processo de avaliação, a Sejusp informa: “Os testes são compatíveis com as necessidades de atuação física que o cargo requer e são similares aos aplicados em outros concursos de áreas profissionais semelhantes, em diversas regiões do país. Vale destacar que os dois candidatos apresentaram laudos médicos positivos para a realização de todos os testes, minuciosamente descritos no edital do concurso”.
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