Concurso da Seduc-PI é alvo de denúncia de plágio por candidatos. Segundo eles, as várias questões foram copiadas de outros dois concursos.
Candidatos denunciam plágio em processo seletivo da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) realizado no domingo (19) na Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Segundo eles, as provas teriam questões copiadas de outros dois concursos realizados em Roraima e Pernambuco. A Seduc não quis se manifestar sobre o assunto.
O processo seletivo contou com mais de 2 mil inscritos. O problema foi que alguns deles ao se deparar com as provas, identificaram muitas questões de outros concursos. O edital que traz as regras do certame é o nº 005/2016 e prevê 32 vagas e cadastro reserva para engenheiros civil e elétrico, arquiteto, geólogo, eletrotécnico, técnico ambiental e cadista do quadro provisório.
Os candidatos aprovados devem atuar na reforma, ampliação e construção de prédios escolares e quadras polioesportivas localizadas nas 21 Gerências Regionais do Estado.
Um candidato, que não quis se identificar, falou sobre o plágio nas provas da Secretaria Estadual de Educação. “Esta prova foi 100% plagiada da Fundação Carlos Chagas. Metade das questões foi extraída do concurso do TRE de Roraima do ano de 2015 e outra do concurso público do TRT da 6ª Região de Pernambuco. Nós candidatos nos sentimos prejudicados, porque fomos atingidos em dois princípios: o da moralidade e o da eficiência”, denunciou.
O Bom Dia Piauí teve acesso à prova para o cargo de engenheiro civil da Seduc, onde foi possível identificar que várias questões são iguais ao do concurso do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, realizado em março de 2015. Os enunciados são idênticos e apenas uma das alternativas das respostas foi retirada.
“Iremos ingressar junto à Comissão com uma representação para anular o concurso. Nós não vamos aceitar esse concurso, porque uma pessoa que fez a prova de 2015 e já sai com a vantagem de 10 questões na frente. Espero que o caso tome uma dimensão maior e que nós tenhamos adesão tanto da OAB como do Ministério Público”, declarou o candidato.
A Secretaria de Educação não quis se manifestar sobre o assunto, apenas disse que caberia à Controladoria Geral do Estado apresentar maiores informações do caso, mas o órgão também preferiu não se pronunciar. O Núcleo de Concurso da Uespi informou ter ficado responsável apenas pela impressão das provas e cartões respostas, não tendo elaborado as questões.
Para o presidente da Comissão de Fiscalização de Concursos Públicos da OAB-PI, Roosevelt Furtado Filho, a situação fere princípios da administração pública.
“Os candidatos alegam que as várias questões são repetidas de outros certames e se isso ocorrer, eles podem alegar violação da legalidade, da isonomia, porque algumas pessoas podem ter o desempenho favorecido em razão disso. Na lei não há nada que proíba o concurso ter questão repetida de outro certame, no entanto, os tribunais optam por anular as questões ou a até mesmo a prova”, explicou.