O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística não abre novos concursos públicos para contratações de efetivos desde 2015. E sem solicitar novos editais ao Governo, o quadro de servidores já chega a mais de 50% de temporários.
Os dados constam na pesquisa da Associação dos Trabalhadores do IBGE (ASSIBGE SN), publicada em julho. Segundo informações da categoria, em maio deste ano, 46% das agências do instituto tinham, no máximo, dois servidores efetivos.
Ainda segundo a entidade, 74% destas agências tinham até três servidores. Além disso, pelo menos quatro unidades do IBGE não contavam com efetivos.
“Assim, uma das características principais do IBGE, que lhe confere posicionamento estratégico para o alcance de sua missão institucional – a capilaridade decorrente de sua rede de coleta – está seriamente ameaçada caso não haja reposição de pessoal através de concurso público”, diz a categoria na pesquisa.
Em maio, o IBGE tinha 48% da sua força de trabalho composta por servidores, sendo mais de 50% dos cargos ocupados por temporários.
“Um vínculo de trabalho frágil, com pouquíssimos direitos e mais suscetível aos diferentes tipos de assédios, além de realizar atividades contínuas recebendo 1/3 da remuneração de um servidor efetivo de nível médio em início de carreira”, diz a ASSIBGE SN.
Todo ano, os órgãos públicos federais solicitam abertura de concursos públicos ao Ministério da Economia, pasta responsável pela avaliação e autorização de concursos. Porém, desde 2017, o IBGE não solicita um edital para efetivos.
A última solicitação foi feita em 2017. Na ocasião, foram solicitadas 1.800 vagas, sendo 1.200 para técnicos e 600 para analistas. Porém, o pedido foi arquivado no fim de 2018.
A remuneração é de R$3.890,87 para o técnico e R$8.213,07 para analista, salários em que já constam o auxílio-alimentação de R$458.
O último concurso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aconteceu em 2015, quando contou com 600 vagas, sendo 460 são de técnico, de nível médio, 90 de analista e 50 de tecnologista.
As vagas foram destinadas as seguintes localidades:
-Nível Médio: São Paulo (56), Acre (5), Alagoas (8), Amazonas (7), Bahia (39), Ceará (24), Distrito Federal (20), Espírito Santo (9), Goiás (18), Maranhão (12), Minas Gerais (46), Mato Grosso do Sul (6), Mato Grosso (8), Pará (18), Paraíba (8), Pernambuco (25), Piauí (10), Paraná (31), Rio de Janeiro (36), Rio Grande do Norte (8), Rondônia (6), Rio Grande do Sul (30), Santa Catarina (17), Sergipe (8) e Tocantins (5);
-Nível Superior (Analista): Rio de Janeiro (73), Espírito Santo (1), Minas Gerais (1), Mato Grosso (1), Santa Catarina (1), Amazonas (1), Amapá (2), Maranhão (1), Pará (1), Pernambuco (1), Piauí (1), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (2), além do Distrito Federal (1).
-Nível Superior (Tecnologista): Rio de Janeiro (45), Goiás (1), Bahia (1), Santa Catarina (2) e Pará (01).
A prova foi composta de 60 questões objetivas para os candidatos a técnico e 70 para os interessados nos cargos de analista e tecnologista, exceto Análise de Sistemas, que terá 60. Haverá ainda provas discursiva (para Análise de Sistemas) e prática (tecnologista de Programação Visual). Os candidatos de nível médio realizaram provas de Português (20), Geografia (15), Raciocínio Lógico (15), Conhecimentos Gerais (dez) e Conhecimentos Específicos (10). Já os inscritos em funções de nível superior, foram avaliados por matérias de Português, Inglês, Raciocínio Lógico e Conhecimentos Específicos.
Para aprovação, o candidato precisou obter nota superior a 10,00 pontos na prova objetiva de Conhecimentos Básicos; nota superior a 21,00 pontos na prova objetiva de Conhecimentos Específico; e nota superior a 36,00 pontos no conjunto das provas. As provas foram aplicadas em todas as capitais do país.
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