Como fazer um editorial bem feito? Os editoriais são textos com uma proposta de causar reflexão no leitor. Por esse motivo, é imprescindível que o autor que se propõe a escrever um texto editorial, que é uma variação jornalística, conheça bem sobre o tema que está sendo tratado e tenha opinião formada sobre ele.
Isso porque a notícia em si é escrita de forma imparcial, para que o leitor tire suas próprias conclusões. Já o editorial tem como principal característica ser um texto que influencie quem está lendo.
A ideia é promover o pensamento crítico e até mesmo causar incômodo em quem ler, incentivando então que a pessoa tome uma atitude a respeito do assunto.
O editorial precisa ser atual e interessante.
Um editorial passeia entre fatos e opiniões. Então, como fazer um editorial atrativo? Saber como estruturar bem o texto é o primeiro passo. Basicamente todo editorial tem introdução, desenvolvimento e conclusão.
A introdução precisa ser clara e apresentar coerência. Como textos editoriais tendem a ser mais extensos, é nesse momento que o autor deve despertar o interesse de quem está lendo para que acompanhe o texto até o final.
O ideal é já começar com o assunto que será tratado fazendo uma introdução e afirmando claramente o argumento exposto. Geralmente as introduções contam também com alguma citação histórica de autores renomados relacionada ao assunto.
Partindo para o desenvolvimento, essa é também uma parte muito importante de como fazer um editorial. Durante esses parágrafos, as ideias serão organizadas e é ai que o poder de argumentação do escritor é posto em prova.
É durante o desenvolvimento que o autor tem que provar aquilo que ele está expondo de forma argumentativa. Como aquilo conversa com a população e tem relevância na vida das pessoas?
Outro ponto muito interessante durante o desenvolvimento é citar fatos que evidenciem que também ajudem a comprovar o que o autor está escrevendo. Por exemplo, se o editorial é sobre um possível rombo aos cofres públicos, é ideal buscar outros acontecimentos parecidos que já ocorreram envolvendo o mesmo governo.
É nesse momento que o leitor pode ser persuadido e convencido sobre a opinião do autor com relação ao assunto tratado.
Já a conclusão é o momento chave para deixar quem está lendo o editorial incomodado. Por isso, é conveniente deixar perguntas como: “Se a população não questionar as contas públicas do Estado, quem irá?”
Além disso, nesse momento do editorial é necessário conectar o final com as principais ideias que foram escritas durante o desenvolvimento do texto. Assim, os pensamentos se fundem e resultam em um bom fechamento.
Os editoriais podem estar incluídos em diversas seções de jornais, revistas, sites e outros. Podem falar sobre política, economia, moda, esporte, etc. Geralmente, quando veiculados, os editoriais não recebem assinatura, são textos que representam um grupo.
Quando pensar em como fazer um editorial, esse é o modelo mais comum. Geralmente são textos mais tendenciosos, que têm como objetivo convencer ou induzir o leitor. É muito utilizado nos textos sobre política.
O argumento tem como objetivo também incomodar o leitor para que ele tome atitudes, e abrace causas, partindo para a ação.
Esse gênero de texto editorial busca tirar conclusões de fatos que ocorreram recentemente. Geralmente são utilizados para tratar de assuntos polêmicos, que estão acompanhados de mais notícias que foram surgindo com decorrer do tempo.
Essa variação é decorrente de iniciativas do bem. O intuito de escrever esse tipo de editorial é mostrar que as coisas boas existem. Quando um grupo de jovens arrecada uma grande quantidade de comida para doar a um asilo, ou quando uma comunidade se junta para terminar um serviço que a prefeitura deixou de fazer, vale um editorial de comemoração.
Uma das variações mais conhecidas é a sátira. Muitos sites e jornais costumam usar esse tipo de escrita editorial para criticar alguém ou alguma situação. É uma mistura de humor com acidez, em textos que tendem a ser mais curtos.
Segue lista com as principais características que um texto editorial possui:
Para fixar de forma visual o modelo de um texto editorial, segue exemplo de um trecho publicado na coluna “Opinião” do Estadão:
Reflexões sobre o desemprego
Domenico de Masi, sociólogo italiano, teria adotado como leme de vida a frase “o homem que trabalha perde tempo precioso” (O Ócio Criativo, Ed. Sextante, RJ, 2000). Trabalhar seria apenas “um vício recente”, escreveu em O Futuro do Trabalho (Ed. UnB, Brasília, DF, 1999). Temos, portanto, quase 13 milhões de viciados na ociosidade e à procura de inexistente emprego. Computados diaristas, ambulantes, desalentados e desocupados o número dos sem emprego atinge algo em torno de 25 milhões.
Diferente do que apregoa Domenico de Masi, trabalhar é essencial para o ser humano. Não é vício, mas virtude. É com o trabalho diário e o suor do rosto que homens e mulheres adquirem dignidade, conquistam respeito, conseguem meios lícitos de subsistência e dão conta das obrigações com a sociedade.
Trata-se de dever social. A laborfobia, ou vadiagem, é contravenção penal e moléstia contagiosa, caracterizada pela dedicação ao ócio, condenando o doente ao desprezo das pessoas de bem.
Quais as razões do desemprego? Sem diagnóstico correto é impossível prescrever a boa medicação. Nas décadas de 1940 e 1950 o mercado interno se expandiu, acelerado por elevadas taxas anuais de crescimento econômico. A implantação da indústria automobilística, nos anos de 1960, libertou-o de quase completa dependência da agricultura, do setor de fiação e tecelagem e da construção civil.
Tornou-se intensa a procura por torneiros mecânicos, funileiros, ferramenteiros, ajustadores, desenhistas industriais, eletricistas, pedreiros, auxiliares de serviços gerais, afiadores de ferramentas, soldadores, projetistas, pintores, inspetores de esmaltação.
A revista Veja, em reportagem publicada na edição de 19/12/1973, sob o título Onde está a mão-de-obra?, alude “à discreta guerra entre empregadores com o objetivo de preencher cargos vagos”. “Em matéria de emprego, a situação está boa para o trabalhador”, declarava Rubens Teodoro de Arruda, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, responsável pela “bolsa de emprego”.