Esta terça-feira (11), poderá ser um dia decisivo para o futuro do programa Bolsa Família. Se tudo ocorrer como planejado, a excelente notícia é que o Congresso Nacional deverá instalar uma comissão mista para analisar a Medida Provisória (MP), que mantém o programa social na casa dos R$ 600, e estabelece a criação de um adicional de R$ 150 por filhos menores de seis anos de idade.
Uma comissão mista nada mais é do que um grupo de parlamentares que representam as duas casas, ou seja, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Eles deverão analisar alguns pontos do documento para decidir se ele é válido ou se precisa ser arquivado. Não há um prazo definido para o resultado final da análise.
Este seria apenas o primeiro passo da tramitação da MP do Bolsa Família de R$ 600. Em caso de aprovação na comissão mista, o documento segue para análise do plenário da Câmara dos Deputados, e logo depois pela votação do Senado Federal. Concluída todas estas etapas, o texto segue para a promulgação.
Algumas pessoas podem se perguntar qual é a necessidade de aprovar o texto da MP do Bolsa Família, se elas já estão recebendo este valor normalmente.
Segundo as leis brasileiras, uma MP tem força de lei assim que é assinada pelo Presidente da República. Contudo, o documento tem validade legal por apenas quatro meses. Depois deste prazo, o texto perde a validade, a não ser que o Congresso Nacional transforme a ideia em lei.
Vamos para o exemplo prático do Bolsa Família. No dia 1º de janeiro, o presidente Lula assinou a MP que mantém o valor mínimo do programa em R$ 600. Naquele momento, a simples assinatura já tinha força de lei, e as pessoas já começaram a receber o pagamento com o valor estabelecido.
Contudo, a MP do Bolsa Família é válida apenas até o final de abril, completando o ciclo de quatro meses. Caso o Congresso Nacional não aprove o documento transformando a ideia em lei, o programa não poderá mais fazer pagamentos de R$ 600 mínimos a partir de maio.
Inicialmente, ninguém imaginava que a MP do Bolsa Família pudesse atrasar no Congresso Nacional. Afinal de contas, a grande maioria dos parlamentares de todos os espectros políticos são favoráveis ao texto que mantém o valor do benefício.
O problema é que há uma discussão interna entre os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Cada um deles defende um rito diferente para a tramitação das MPs.
Pacheco defende que o Congresso volte a formar comissões mistas antes de analisar as MPs nos plenários, assim como acontecia antes da pandemia. Já Lira defende que os textos sejam analisados diretamente nos plenários, sem a necessidade de comissões, modelo que foi adotado durante o período pandêmico.
Os dois lados chegaram em um acordo prévio e decidiram aprovar apenas algumas MPs mais urgentes do poder executivo pelo sistema de comissões mistas. Vale lembrar que ainda nesta terça-feira (11), o Congresso Nacional deverá analisar outros três documentos enviados pelo Governo Federal. São eles: