Economia

Comida deve pressionar inflação até fim de 2020, afirmam analistas

Mesmo com auxílio emergencial, brasileiros podem ter dificuldade em comprar alimentos básicos

Analistas acreditam que os brasileiros irão conviver com a alta no preço dos alimentos básicos pelo menos até o fim de 2020. A oferta escassa de alimentos básicos como arroz, feijão, carnes e óleo de soja, por causa da entressafra e o dólar em alta são fatores que economistas apontam para os preços continuarem subindo.

O cenário é analisado mesmo com o auxílio emergencial, que até pagando metade do valor original de R$ 600, garante o consumo dos mais pobres. Em outubro, o índice oficial da inflação, o IPCA-15, mostrou novamente a comida como vilã.

A inflação ao consumidor subiu 0,94%, de acordo com o divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a maior alta do índice em outubro desde 1995. O resultado foi maior do que o esperado pelo mercado. Alimentos e bebidas subiram de preço em 2,24% e são responsáveis por 50% da alta.

No IPCA-15 e no índice dos supermercados, o óleo de soja, arroz e carnes foram os alimentos que mais aumentaram de preço: 22,34%, 18,48% e 4,83%, respectivamente. Ronaldo dos Santos, presidente da Apas, afirmou que os grãos não devem mudar o valor até o início do ano que vem, de acordo com o UOL.

“Há chance de esses produtos subirem mais até o final do ano e melhora só em 2021 com novas safras e a expectativas, quem sabe, de uma taxa de câmbio menor”, disse André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV). As prévias feitas em outubro mostram que os preços dos alimentos devem continuar subindo aproximadamente 2% por mês. Em 2020, a alta dos alimentos deve ser de quase 10%.