Mesmo com as impressionantes altas no preço do combustível em 2021, não se teve uma redução no consumo médio de combustível, muito pelo contrário. O último ano marcou várias quebras no recorde de vendas, mostrando que houve uma melhora gradual da economia em alguns pontos específicos da sociedade.
O diesel, em especial, já vem registrando crescimento ao longo dos últimos anos, muito por conta de fatores negativos que a economia está tendo após vários meses de derrota por conta da pandemia de Covid-19.
De acordo com os últimos dados que foram revelados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o ano passado registrou o maior volume de vendas de combustíveis desde o início da contabilização dessa série histórica, que começou no ano de 2000.
Em relação aos números absolutos e no comparativo anual, em 2021 foram 118,2 milhões de metros cúbicos que foram comercializados com gasolina, etanol e diesel, passados aos revendedores. Neste momento, um metro cúbico equivale a mil litros.
Considerando por produto, tivemos 16,7 milhões de metros cúbicos de etanol, além de 39,3 milhões de litros por gasolina e mais 62,1 milhões de diesel. Isso representou uma alta de 5% no comparativo com 2020, ano em que a circulação foi profundamente afetada pela chegada da pandemia.
Em relação ao etanol, houve uma diminuição de 13% pela sua procura, o que acabou configurando uma perda maior do que o combustível e o diesel, que respectivamente fecharam em perdas de 9,5% e 8%.
Os números do ano passado sobre o combustível ficaram muito próximos aos que foram registrados na pré-pandemia, quando haviam sido comercializados 118 milhões de litros cúbicos. 2019 foi o ano de melhor desempenho para o etanol, que fechou com 22,5 milhões de metros cúbicos, porém o diesel naquela oportunidade havia fechado com um resultado fraco.
A mudança de perfil dos consumidores tem algumas explicações básicas. Primeiro é preciso considerar que o etanol subiu de preço, fazendo com que os veículos particulares dessem preferência à gasolina e segundo, o etanol também perde eficiência no comparativo com a gasolina, que além do mais tem um custo mais econômico hoje.
Já o diesel teve um aumento na sua demanda por conta dos constantes pedidos por fretes em 2021. A pandemia também impulsionou o crescimento do e-commerce no Brasil, que acabou exigindo mais serviços do que entregas. Além do mais, a falta do ajuste de cadeia produtiva acaba concentrando os momentos de enviar as mercadorias e complica a logística de transporte.
O diesel caiu menos, porque mesmo no período em que o país esteve em lockdown, se precisou do combustível para abastecer os produtos, sobretudo em supermercados e farmácias, que por serem serviços essenciais, não fecharam as portas nem mesmo no ápice da pandemia.