Direitos do Trabalhador

Com fim do auxílio emergencial, comércio deixa de faturar R$ 50 bilhões

Deste valor, R$ 35,5 bilhões em compras pelo cartão de débito online e R$ 12,1 bilhões em QR Code

O auxílio emergencial foi encerrado em dezembro de 2020. Com o fim do programa, o comércio brasileiro deixou de faturar quase R$ 50 bilhões que eram injetados por meio das compras por pagamento digital.

De acordo com a Caixa Econômica Federal (CEF), o aplicativo Caixa Tem foi responsável pela movimentação de R$ 47,6 bilhões em lojas e supermercados em 2020. Deste valor, R$ 35,5 bilhões em compras pelo cartão de débito online e R$ 12,1 bilhões em QR Code. O aplicativo Caixa Tem era o responsável pela movimentação digital do dinheiro pago do auxílio, antes do valor ser liberado para saque e transferência.

Com o fim do programa, o valor deixará de ser gasto. E esse é apenas um dos impactos negativos que o fim do programa pode trazer ao comércio. Mesmo durante a pandemia do novo coronavírus e o fechamento de parte do comércio nas ruas, o ano de 2020 terminou com alta de 1,2% do comércio. Essa informação foi divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (10). Foi registrado crescimento nos setores de material de construção (10,8%), móveis e eletrodomésticos (10,6%), farmácia (8,3%) e alimentação (4,8%).

De acordo com o economista Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), ouvido pelo portal R7, o auxílio emergencial teve papel importante para o varejo. Sem ele, a queda nos índices de 2020 teria sido muito maior.

De acordo com estudo realizado pela entidade, o efeito do auxílio no comércio brasileiro fez com que as perdas previstas no início da pandemia do novo coronavírus caíssem pela metade. No início da pandemia, a estimativa era de queda de 3%. Com o auxílio emergencial sendo pago ao longo de 2020, a projeção subiu para um crescimento, que chegou a alta de 2% em São Paulo.

“Porém, é importante que haja um cenário de previsibilidade a longo prazo. O que segura o consumo é o emprego. Precisa retomar a geração de emprego de forma mais forte, para que o consumo seja sustentável, não somente artificial, pelo auxílio emergencial”, disse o economista ao R7.

Esta semana, o governo brasileiro começou a falar publicamente sobre o retorno do auxílio emergencial. O presidente Bolsonaro afirmou que o programa pode voltar por mais três ou quatro meses, começando depois do Carnaval. Fontes do governo afirmam que as novas parcelas devem ser no valor de R$ 200.