Conseguir receber um salário mínimo no final do mês nem sempre é uma tarefa fácil. Boa parte dos trabalhadores brasileiros precisam trabalhar muito para alcançar os R$ 1.412 que são pagos por exigência de lei. O que nem todo mundo sabe, é que existe a possibilidade de conseguir mais do que esse valor vendendo algumas moedas de 10 centavos.
De acordo com os especialistas na área da numismática, o Brasil conta atualmente com dezenas de milhares de moedas de 10 centavos consideradas valiosas. A boa notícia é que boa parte delas ainda possui o valor monetário, o que significa que elas podem ser encontradas a qualquer momento em um trocado no comércio, por exemplo.
O problema é que boa parte das pessoas não presta atenção aos detalhes para saber se a moeda que foi recebida em um trocado, por exemplo, pode ser considerada valiosa.
Essa dificuldade em atentar para os detalhes da moeda acontece normalmente com as peças da chamada primeira família do Plano Real. Estamos falando de exemplares que foram lançados pelo Banco Central (BC) entre os anos de 1994 e 1997.
Abaixo, você pode conferir um detalhamento das principais características das moedas de 10 centavos dos anos de 1994, 1995, 1996 e 1997.
O Plano Real foi um programa econômico iniciado em 27 de fevereiro de 1994, implementado ainda no governo do ex-presidente Itamar Franco. Entre outros pontos, o plano incluía a criação de uma nova moeda para o Brasil: o real.
Segundo economistas, o Plano Real foi a mais ampla medida econômica da história do Brasil. O principal objetivo do projeto era a controle da hiperinflação que assolava o país já há algumas décadas. Vários economistas colaboraram com o projeto, incluindo o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que viraria presidente em seguida.
Hoje, economistas concordam que o Plano Real cumpriu o seu objetivo e controlou a inflação do país, além de aumentar o poder de compra da população. Do ponto de vista da numismática, o Plano rendeu uma série de moedas raras, que seguem em circulação até hoje.
Como dito, as moedas de 10 centavos citadas neste artigo podem valer mais do que um salário mínimo se forem encontradas juntas em determinadas condições.
Mas para que isso aconteça, é necessário que você preste atenção no grau de conservação de cada um desses exemplares. Além disso, também é interessante notar que algumas características específicas podem fazer com que esses exemplares tenham um índice de venda ainda maior.
É o caso, por exemplo, das moedas que contam com o reverso invertido. Na imagem abaixo, você pode conferir os valores projetados pelos catálogos numismáticos mais atualizados para as moedas de 10 centavos da primeira família do Plano Real:
Mas afinal de contas, o que seria uma moeda com reverso invertido? Para entender esta pergunta, é necessário sabe que o Brasil adota um sistema de padrão reverso moeda, ou seja, eixo horizontal (EH). As moedas que fogem deste padrão exigido são conhecidas como reverso invertido, e são consideradas muito raras.
Basicamente, as moedas com reverso invertido são aquelas que possuem o reverso com alinhamento contrário ou invertido ao alinhamento original. Na prática, para saber se uma moeda tem este defeito, basta segurar a peça com a face em posição normal virada para você. Logo depois, basta girar de baixo para cima.
Se o outro lado estiver de cabeça para baixo, estamos falando de uma moeda com reverso invertido, ou seja, uma peça valiosa. Vale frisar que qualquer item pode ser reverso invertido. Até mesmo centavos podem ter este tipo de defeito. Em todos os casos, a peça poderá valer mais.
“Mas definir valor comercial à essas moedas é algo relativamente complicado, principalmente porque, como foram produzidas como erros durante o processo de cunhagem, não há registros da quantidade de moedas emitidas”, diz o especialista Plínio Pierry.