Recentemente, tem aumentado o número de relatos de clientes, principalmente idosos, que acusam instituições financeiras de oferecer serviços sem o seu devido consentimento. Os casos relatados envolvem, principalmente, empréstimos consignados e cartões de crédito, levantando sérias preocupações sobre as práticas éticas adotadas pelas instituições bancárias.
A história de Edina Carmona, uma mineira aposentada de 75 anos, é um exemplo alarmante dessas práticas. Ela afirmou ao jornal Extra que, apesar de ter desistido da contratação de um cartão de crédito consignado do BMG durante uma conversa com um atendente, recebeu o cartão mesmo assim. A situação só foi resolvida após ela entrar na Justiça para recuperar os descontos indevidos em sua aposentadoria.
Esses casos não são isolados. Dados divulgados pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) apontam que, somente nos primeiros seis meses deste ano, mais de 5.000 queixas foram registradas em relação a créditos não contratados ou não reconhecidos. O Procon-SP e o Procon-RJ também observaram um aumento alarmante nas reclamações de serviços não solicitados, com um crescimento de 65% e 160%, respectivamente, em comparação ao ano anterior.
Diante desses incidentes, especialistas em direitos do consumidor incentivam os clientes a estarem vigilantes em relação às suas transações financeiras. Eles recomendam que, antes de assinar qualquer contrato ou documento, os clientes busquem informações claras e detalhadas sobre os serviços oferecidos e solicitem esclarecimentos em caso de dúvidas.
Quando um banco disponibiliza um cartão de crédito consignado sem que o cliente tenha feito qualquer solicitação, é crucial adotar medidas imediatas para resolver a situação e proteger os interesses financeiros do indivíduo afetado. Antes de mais nada, é recomendado entrar em contato imediatamente com o banco para solicitar o cancelamento do cartão.
Nesses casos, os clientes devem manter um registro minucioso de todas as interações com o banco, incluindo datas, nomes dos atendentes e conteúdo das conversas. Além disso, os clientes devem examinar regularmente os extratos bancários para identificar qualquer transação não autorizada relacionada ao cartão não requisitado.
Se o banco não solucionar satisfatoriamente a situação, é válido fazer uma reclamação formal junto a órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, e considerar registrar uma queixa junto ao Banco Central. Caso a instituição financeira não ofereça uma resolução adequada e caso o cliente acredite que seus direitos foram infringidos, buscar a orientação de um advogado especializado em direito do consumidor pode ser uma alternativa.
Os consumidores podem bloquear ofertas indesejadas feitas por ligações telefônicas acessando o portal nãomeperturbe.com.br. A plataforma foi criada com o intuito de auxiliar os consumidores a reduzirem o recebimento de ligações telefônicas de telemarketing, especialmente aquelas provenientes de empresas que oferecem produtos e serviços não solicitados. O objetivo principal do portal é proporcionar aos usuários um meio simples e eficaz de controlar o tipo de comunicação que recebem por telefone.
Através do nãomeperturbe.com.br, os consumidores têm a opção de cadastrar seus números de telefone e selecionar as empresas das quais preferem não receber ligações de telemarketing, como bancos e instituições financeiras que oferecem cartões de crédito e empréstimos. Uma vez cadastrado, o número é incluído em uma lista que as empresas devem respeitar, evitando, assim, entrar em contato com o usuário para fins comerciais não autorizados.