Claudia Goldin, professora da Universidade de Harvard, foi a grande vencedora do Prêmio Nobel de Economia de 2023. A princípio, ela foi laureada devido a seus estudos relacionados à atuação de mulheres no mercado de trabalho. Ela foi a terceira mulher a receber o prêmio, desde sua primeira edição, no ano de 1969.
Ademais, a professora de Harvard tem 77 anos, nasceu em Nova York nos Estados Unidos, e é PHD pela Universidade de Chicago. Claudia Goldin, a vencedora do Nobel de Economia, trabalha atualmente como co-diretora do Grupo de Estudos sobre Gêneros na Economia do National Bureau of Economic Research (NBER).
Analogamente, os estudos de Claudia Goldin apontaram algumas das causas para as diferenças entre os salários e oportunidades no mercado de trabalho entre homens e mulheres. O chamado gender gap, tem como causa o momento em que as mulheres devem tomar decisões sobre a carreira e a maternidade.
Desse modo, de acordo com o estudo da professora de Harvard, essa é uma fase importante de suas vidas, quando ainda estão jovens, onde é preciso fazer uma análise eficiente sobre seu futuro. De acordo com as expectativas dessas mulheres, seu desenvolvimento em relação a sua carreira pode ficar lento, prejudicado.
Todavia, a instituição responsável pelo Prêmio Nobel de Economia de 2023, disse em uma nota, que, “Se as expectativas das mulheres jovens forem formadas pelas experiências das gerações anteriores, por exemplo, das suas mães, que não voltaram a trabalhar até os filhos crescerem, então o desenvolvimento será lento”.
Em síntese, Claudia Goldin, grande vencedora do Prêmio Nobel de Economia deste ano, deverá ganhar cerca de 11 milhões de coroas suecas, ou seja, R$999 mil. Para a sua pesquisa, a professora buscou informações de mais de 200 anos nos Estados Unidos. Elas são relativas à participação de mulheres no mercado de trabalho no seu país.
No início do estudo, a pesquisadora pensava que a participação feminina no mercado de trabalho não se deu de uma maneira ascendente, mas sim, através de uma curva em formato de U. Dessa maneira, isso quer dizer que sua participação como força de trabalho sofreu diversas intempéries com o passar do tempo.
De acordo com a pesquisa de Claudia Goldin, as mulheres até o século XVIII, atuavam no mercado de trabalho seguindo os costumes da sociedade no período. Na maioria das vezes, a presença feminina se dava em atividades dentro das propriedades familiares, tendo em vista que era uma sociedade agrária.
Deve-se observar que a partir do século XIX, a sociedade migrou para a industrialização. Sendo assim, o trabalho foi para fora de casa, deixando de ser basicamente rural. Em suma, durante este período específico da história, houve uma queda expressiva na participação de mulheres no mercado de trabalho.
Já no início do século XX, segundo o estudo da ganhadora do Nobel de Economia, o cenário sobre a presença feminina sofreu uma nova alteração exponencial. Houve um maior desenvolvimento do setor de serviços, o que fez com que aumentasse bastante a presença feminina no mercado de trabalho, as beneficiando.
Aliás, no início do século passado, as mulheres também acabaram por aumentar seu nível de educação. É importante mencionar, que em muitos casos, elas possuíam um maior nível de escolaridade que os homens, nos países mais desenvolvidos. A pílula anticoncepcional também teve um papel importante.
Por conta dela, segundo Claudia Goldin, houve uma maior rapidez no incremento da participação das mulheres no mercado de trabalho da sociedade industrial. Isso se deve ao fato de que elas poderiam planejar de uma maneira mais eficiente, sua vida, profissão e carreira escolhida. Mesmo assim, ainda existiam algumas dificuldades.
A pílula anticoncepcional acabou por apresentar às mulheres do período, oportunidades que até então elas não tinham acesso. Elas puderam fazer um melhor planejamento familiar. No entanto, a maternidade ainda tem um papel importante, no chamado gender gap, reduzindo sua participação no mercado de trabalho.
Em conclusão, de acordo com o estudo da vencedora do Prêmio Nobel de Economia, o mercado de trabalho e suas particularidades ainda dificultam um maior desenvolvimento das carreiras profissionais das mães. Isso gera uma grande disparidade entre os salários de homens e mulheres, por conta das escolhas profissionais.