Publicado pela primeira vez em 1934, o romance São Bernardo foi uma das obras mais importantes da carreira do escritor Graciliano Ramos, ao lado de obras como Angústia (1936) e Vidas Secas (1938). O livro compõe o grupo de obras nomeado Ciclo da Seca, da 2ª fase do Modernismo no Brasil.
O enredo do romance tem como plano de fundo o sertão do Nordeste brasileiro, que enfrentou duras secas, causando, muita pobreza e o êxodo dos sertanejos. Nesse sentido, Paulo Honório, personagem principal é de origem pobre, um homem bruto, mas com muita ambição e que tem como propósito de vida conseguir enriquecer.
Para alcançar seus objetivos, Paulo Honório não mediu esforços, de modo que após uma temporada na prisão por atacar um homem com uma faca, Honório cria uma falsa amizade com Luís Padilha. Luís é um jovem apaixonado por mulheres e por bebida e é herdeiro da fazenda São Bernardo, onde Honório já havia trabalhado.
Com sua falsa amizade, Honório leva Luís Padilha a tomar diversas decisões que prejudicam a fazenda, quase levando-a à falência. Desse modo, Luís se vê obrigado a vender a fazenda por um preço irrisório para Honório. Após comprar as terras, o personagem principal não mede esforços para expandir a fazenda. Desse modo, passa por cima de quem achar necessário, chegando até a encomendar a morte do vizinho para expandir os limites de sua fazenda.
Honório prospera e se vê na necessidade de ter um herdeiro, então casa-se com Madalena. A mulher é o oposto de Honório. Bondosa e humana, Madalena se preocupa com os empregados e com as condições de vida dos mais pobres, além ser contra a postura do marido. Diante de vários acontecimentos, Honório deixa aflorar a sua brutalidade por ciúme da esposa e por esta não lhe obedecer como todos os demais. Assim, começa a perseguir sua esposa que acaba adoecendo por conta da brutalidade do marido.
Após muito acusá-la de traição, Honório percebe o seu ciúme e a inocência da mulher, mas já é tarde demais, pois esta comete suicídio. Após esse episódio, Honório perde o controle da fazenda e acaba falindo.
A narrativa é em 1ª pessoa, desse modo, é o próprio personagem principal que conta a sua história. Trata-se, então, de uma autobiografia de Honório, com tom confessional. Assim, observamos dois planos, o do personagem, marcado pelo uso dos verbos no pretérito, e o do narrador, marcado pelo uso tempo verbal no presente.
Além dos personagens já citados, figuram no romance São Bernardo, a Negra Margarida, Salustiano Padilha, Dona Glória, Seu Ribeiro, Joaquim Sapateiro, Azevedo Gondim, Casimiro Lopes, Mendonça, e Dr. Magalhães.
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