Educação

Cidades do ABC paulista descartam reabrir escolas neste ano

Prefeitos de 6 das 7 cidades do ABC paulista descartaram reabrir as escolas das redes municipais neste ano ainda que haja autorização do governo João Doria (PSDB) para a volta das aulas presenciais no estado.

O plano do governador é de que as atividades letivas presenciais sejam retomadas no estado em 8 de setembro, se todas as regiões permanecerem 28 dias consecutivos na fase amarela de reabertura, status dado só aos municípios com taxa de ocupação de leitos em até 80%.

O secretário de educação da capital paulista também afirmou que não deve retomar as aulas presenciais no próximo mês. A decisão de adiar a reabertura das escola ocorreu após um inquérito sorológico indicar alto o número de casos de coronavírus entre idosos no município.

Segundo o consórcio do ABC, a decisão de manter as aulas remotas até o fim do ano já foi tomada em Santo André, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires. Diadema e São Bernardo do Campo também sinalizaram que devem seguir a mesma orientação.

“A melhor forma de se garantir educação é em parceria com as famílias. Ainda mais em um momento como este, os pais precisam estar seguros. Consultamos os pais e 82% afirmaram preferir que as aulas não sejam retomadas presencialmente neste ano, por isso, vamos respeitá-los”, disse Gabriel Maranhão, prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do consórcio.

As cidades do ABC têm juntas 200 mil alunos matriculados nas redes municipais. “Considerando que elas convivem de forma mais próxima com ao menos três familiares, são 800 mil pessoas que estamos expondo. Temos que ser responsáveis e preservar a saúde dos estudantes e de nossos professores”.

Maranhão afirmou que tentou uma decisão conjunta com o governo do estado para a retomada das aulas para não ampliar a desigualdade educacional entre alunos de diferentes redes. “O ideal é que essa fosse uma decisão conjunta, para que a rede estadual e particular seguissem a mesma determinação. Mas não conseguimos esse consenso”.

A exemplo do que aconteceu com outros setores, a gestão municipal deve ser mais rígida que o estado nas suas decisões – conforme entende o STF (Supremo Tribunal Federal), as prefeituras têm autonomia para aderir ou não às orientações do governo. *A reportagem é da Folha de S.Paulo