Muitas pessoas dizem que chorar faz bem e que “colocar para fora” é uma forma de diminuir o estresse e as tensões do cotidiano. Segundo a ciência, isso é realmente verdade! Porém, existem outros pontos importantes sobre o choro que podemos analisar para entender a sua função nos mais diversos contextos sociais. Acompanhe e confira!
De forma geral, podemos dizer que chorar faz bem, uma vez que por meio das nossas lágrimas nós conseguimos eliminar algumas toxinas que, presentes no organismo, podem causar efeitos de mal-estar. Além disso, as lágrimas também secretam hormônios que aumentam consideravelmente em nosso organismo quando estamos estressados.
Por isso, quando nos permitimos chorar em uma situação de estresse extremo, a tendência é que após a “crise de choro” nos sintamos mais leves – mesmo quando o problema ainda não foi resolvido. Afinal, teremos eliminado uma série de substâncias que possam estar “sobrecarregando” ainda mais o nosso organismo.
Porém, isso não significa que quem não tem vontade de chorar, terá sérios problemas. Tudo depende da subjetividade e da relação da pessoa com o choro. Se ela apenas segura o choro com medo do que os outros vão pensar, pode deixar de lado os benefícios que o derramamento de lágrimas pode proporcionar.
Ao mesmo tempo, negligenciar as emoções e “engolir o choro”, mudando o foco dos pensamentos, também pode ser uma forma de se defender dos julgamentos alheios. Porém, essa negligência para com as emoções pode abrir caminhos para o que chamamos de psicossomatização.
Isso significa que devemos forçar o choro? Não. Significa que devemos respeitar as nossas emoções, compreender nossas reações e começar a praticar o autoconhecimento com mais frequência. Se você crê que chorar faz bem, mas prefere fazer isso quando está sozinho, tudo bem! Agora, se você não se importa com os julgamentos alheios e chora em qualquer ambiente, tudo bem também. 😉
Desde o nosso primeiro dia de vida nós choramos. O choro, no caso do bebê, é uma forma de comunicação capaz de mantê-lo vivo. Se ele não chora, não se sabe se tem fome, sono, dor ou cansaço. Quando chora, a mãe o atende e o mantém sempre aquecido, limpo, protegido, etc.
Porém, para além da infância, o choro caminha ao nosso lado em diversas situações. Quando perdemos um ente querido, nos frustramos com algo ou simplesmente ficamos super estressados, o choro pode aparecer. E cientificamente falando, ele pode significar uma tentativa de comunicação com os outros seres humanos.
É quase impossível uma pessoa saudável emocionalmente não sentir nenhuma reação ao ver outro indivíduo chorar. A empatia opera nessa situação, e é essa empatia e acolhimento alheio que, muitas vezes, nos ajuda a diminuir a angústia que estamos sentindo. Percebemos que não estamos sozinhos e, por isso, mais uma vez chorar pode nos fazer bem e nos proporciona algum tipo de aconchego.
Afinal, o choro pode representar um pedido de ajuda – e essa ajuda pode vir a partir do momento em que choramos. Assim, comunicamos um pedido, uma busca por suporte, e nossas questões pessoais podem ser manejadas com o auxílio de alguém que amamos.
Lembrando, ainda, que cada pessoa tem as suas perspectivas sobre o choro. Cada cultura vê o choro de uma forma. Porém, o que trouxemos acima é um consenso em artigos científicos, que dizem que chorar faz bem, elimina toxinas, externa os sentimentos, traz apoio alheio, desenvolve a empatia em quem está em nossa volta e nos ajuda a escutar as nossas emoções.
Você costuma chorar quando sente vontade?
Lejderman B, Bezerra S. Choro: um complexo fenômeno humano. Rev. bras. psicoter. 2014;16(3):44-53