Nesta quinta (14), noite de quarta no Brasil, a China anunciou sua primeira morte por Covid-19 em oito meses, enquanto tenta conter o novo avanço do coronavírus com lockdowns e outras medidas restritivas.
O único detalhe dado pela Comissão Nacional de Saúde do país sobre o óbito foi o de que a vítima vivia na província de Hebei, onde diversas cidades estão confinadas no momento. A última morte causada por Covid-19 na China havia sido em maio de 2020.
Também nesta quinta (14), a China registrou 138 casos de Covid-19 confirmados, o que representa um recorde diário desde março do ano passado. No total, segundo o balanço oficial do país, 4.635 pessoas morreram em decorrência da Covid-19, que já causou mais de 2 milhões de mortes e 90 milhões de casos confirmados no mundo todo.
Na mesma semana em que voltou a ter uma vítima fatal por Covid-19, a China recebe a visita de uma equipe de especialistas da OMS (Organização Mundial de Saúde) que investiga as origens do novo coronavírus. Os técnicos desembarcaram nesta quarta (13) em Wuhan, com direito a transmissão ao vivo na emissora de televisão pública CGTN.
Criticada pela falta de transparência sobre o início da gestão da pandemia de Covid-19 no país, a China já chegou a corrigir o número oficial de óbitos da doença em abril de 2020. Tal correção fez com que 1.290 novas mortes fossem somadas ao total de 3.342 óbitos registrados na época.
A correção pegou o mundo de surpresa, ao elevar em 50% o número de mortes por Covid-19 confirmadas em Wuhan, região central da China e epicentro da pandemia. Todos os 1.290 óbitos adicionais aconteceram na cidade. Em comunicado publicado nas redes sociais, as autoridades da Wuhan explicaram que no pico da pandemia muitas pessoas faleceram em casa pela falta de condições de serem atendidas em hospitais e não tiveram suas mortes contabilizadas.
Acusado pela falta de transparência por governantes de outros países, como o presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governo chinês reagiu na época.
“Nunca houve nenhuma ocultação e não autorizaremos nenhuma”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian.
Outros países, como a Espanha, também tiveram que corrigir o número de óbitos por Covid-19. Segundo a OMS, tais revisões são normais e esperadas.
“Podemos esperar que inúmeros países se encontrem em uma situação similar, na qual terão de revisar seus registros e questionar: ‘Contabilizamos todos?’”, disse Maria Van Kerkhove, autoridade responsável pela gestão da pandemia na OMS.