Charge tem a finalidade de ilustrar, por meio da sátira, os acontecimentos atuais que despertam o interesse público. Muito usado em jornais e revistas por causa do cunho político e social.
É o gênero no qual o autor expressa sua visão dos fatos por meio de caricaturas. A charge pode vir com um ou mais personagens, geralmente personalidades públicas. Mas também costuma apresentar pessoas envolvidos na política, devido ao seu teor crítico. Podendo conter ou não legendas e balão de fala, faz uso do humor.
De origem francesa, “charger” quer dizer “carga”, ou seja, o uso do exagerado para representar alguma situação ou alguém de forma cômica. A primeira charge publicada no Brasil tinha o título “A Campanha e o Cujo”, criada por Manuel José de Araújo, em 1837, em Porto Alegre.
Surgiram no século XIX e trouxeram à tona a necessidade do público de expressar indignação e insatisfação com o governo vigente. O leitor, através da charge, encontra caminhos para entender os acontecimentos ocorridos no mundo todo. O profissional que as desenha, chargista, precisa ter conhecimento dos assuntos em pauta para poder retratá-los e transmiti-los de forma objetiva.
A Charge animada possui as mesmas características de uma charge em desenho. Ela foi popularizada por meio das redes sociais e televisão. Nesse tipo é mais frequente o uso da linguagem verbal, por ser desenhos em movimentos e com sonoridade.
Curiosidade: emissoras de TV começaram o uso das charges através das obras do cartunista Mauricio Ricardo Quirino, em fevereiro de 2000. Atualmente, são encontradas de forma mais frequente no programa Big Brother Brasil da Rede Globo.
Bastantes confundidos, cartum e charge são diferentes e aplicados em casos específicos. O Cartum não tem ligação com a realidade. É utilizado em qualquer situação, sendo uma crítica humorística ou não. Esse gênero textual pode ser entendido por diversas pessoas, de diferentes países, diferentes culturas e em diferentes épocas. A palavra é uma versão aportuguesada do inglês “cartoon”, que significa “cartão” e tem origem italiana “cartone”.
Ou seja, no cartum é abordado temas universais, que todo ser humano está sujeito a passar, como fome, sede, injustiça, morte, etc. E por ser tematicamente universal não necessita de contexto, gancho ou época para ser entendido. Normalmente são abordados questões de comportamento humano, mas sem referência a um personagem especifico, pois são atemporais. Além disso, usa características das histórias em quadrinhos, como balões e as onomatopeias.
O nascimento do cartum ocorreu a partir de um fato no ano de 1874, em Londres. O príncipe Albert queria decorar o Palácio de Westminster e, para isto, promoveu um concurso de desenhos feitos em cartões. Os vencedores teriam seus desenhos colados na parede do palácio. No intuito de satirizar, a revista “Punch” publicou seus próprios “cartoons”.
Portanto, o cartum é relacionado à acontecimentos e temas atemporais, enquanto que a charge é temporal, com temas da contemporaneidade. O primeiro não retrata uma personalidade isolada, mas sim a coletividade, já o segundo pode usar a imagem de pessoas públicas.
Tirinhas é uma sequência de quadrinhos que critica os valores sociais. São semelhantes as histórias em quadrinhos (HQ’s), porém mais curtas. Assim como as charges, as tirinhas também podem ser encontradas em jornais, revistas e internet.
Elas não possuem contexto histórico como os charges, mas podem fazer críticas pessoais ou de fenômenos coletivos. Geralmente é uma narração sequenciada pela linguagem verbal.
A caricatura é um desenho real de uma personalidade. Assim como as charges, as caricaturas usam a imagem de pessoas públicas, como artistas e políticos. O exagero das caricaturas servem para acentuar gestos, vícios e comportamentos específicos do indivíduo desenhado.
A representação exagerada das características ou comportamentos serve de meio humorístico, irônico e para provocar riso. Do italiano ‘caricare”, significa colocar sentido de exagero, aumentar algo proporcionalmente.
As charges, cartuns, tirinhas e caricaturas são sempre utilizadas em questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e outros vestibulares. Então, entender o que é cada um desses gêneros textuais e quais as semelhanças e diferenças o ajudará a analisar e responder de forma correta as questões de provas.