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Cesta Básica fica MAIS CARA em 9 capitais em novembro; Veja valores

O preço da cesta básica subiu em 9 das 17 capitais pesquisadas em novembro de 2023 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O resultado não é muito positivo para os brasileiros, já que a maioria dos locais tiveram valores mais elevados que em outubro.

Os maiores avanços foram registrados em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte, mas os valores também subiram em outros seis locais, para tristeza dos consumidores. Por outro lado, sete locais tiveram queda nos preços, aliviando um pouco o bolso dos brasileiros, enquanto um manteve os mesmos valores de outubro.

Confira as variações em todos os locais pesquisados em novembro:

Unidade Federativa Variação
Brasília 3,06%
Goiânia 1,97%
Belo Horizonte 1,91%
São Paulo 1,51%
Curitiba 1,25%
Florianópolis 1,19%
Rio de Janeiro 0,98%
Belém 0,36%
Vitória 0,04%
Porto Alegre 0,00%
Aracaju -1,00%
Recife -1,09%
João Pessoa -1,18%
Campo Grande -1,20%
Fortaleza -1,39%
Salvador -2,17%
Natal -2,55%

Cesta básica mais cara do país

Com o acréscimo das variações de setembro, a cesta básica de São Paulo voltou a ser a mais cara do país. Em síntese, os moradores da capital paulista tiveram que desembolsar R$ 749,28 no mês passado para adquirir uma cesta básica na região.

Esse valor correspondeu a 56,8% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.320) em novembro. Assim, o trabalhador que recebia o piso nacional no mês passado, e morava em São Paulo, gastou muito para adquirir uma cesta básica.

Por esta razão, milhares de pessoas são obrigadas a reduzirem os custos com as demais despesas. Como sobra pouco do salário para que os consumidores utilizem em outra coisa, não tem como aumentar o consumo. Inclusive, muitos itens e serviços importantes se encaixam nessa “sobra”, como contas de luz e água, aluguel, prestação de casa e carnês de loja.

A última vez que São Paulo teve a cesta básica mais cara do país foi em junho, ou seja, há cinco meses. De lá para cá, Porto Alegre assumiu a liderança nos meses de julho, agosto e outubro, enquanto Florianópolis teve a cesta mais cara em setembro.

São Paulo teve a cesta básica mais cara do país em novembro. Imagem: Shutterstock.

Salário mínimo ideal surpreende

O Dieese não revelou apenas a variação nos preços da cesta básica em novembro de 2023. A entidade também estimou qual seria o salário mínimo ideal do Brasil. Para isso, levou em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês passado, que foi a de Porto Alegre.

Nesse caso, o piso salarial deveria ter sido de R$ 6.294,71 em novembro, valor 4,77 vezes maior que o salário mínimo vigente no país. Em novembro de 2022, o mínimo necessário deveria ter sido de R$ 6.575,30, valor 5,43 vezes superior ao piso que vigorava na época (R$ 1.212).

A pesquisa também mostrou que para um trabalhador atuante em São Paulo conseguisse adquirir produtos da cesta básica foi necessário um tempo médio laboral de 124 horas e 53 minutos em novembro.

Embora a média nacional também tenha ficado bastante elevada no mês passado, não chegou ao mesmo patamar que o de Florianópolis. Segundo o Dieese, o tempo a ser trabalhado no país para adquirir uma cesta básica em novembro foi de 107 horas e 29 minutos, tempo superior ao de outubro (107 horas e 17 minutos).

Em resumo, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, que são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.

Ainda vale destacar que o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Dessa forma, conseguiu chegar a um valor bastante aproximado do necessário para as pessoas terem uma vida digna no país.

Descubra qual capital teve a cesta básica mais barata

Ainda considerando o levantamento do Dieese, confira quais foram os locais que apresentaram os menores valores do país em relação à cesta básica de novembro, ficando bem abaixo do observado em São Paulo:

Unidade Federativa Preço da Cesta Básica
São Paulo R$ 749,28
Florianópolis R$ 747,59
Porto Alegre R$ 739,18
Rio de Janeiro R$ 728,27
Curitiba R$ 683,44
Vitória R$ 675,45
Campo Grande R$ 674,79
Brasília R$ 667,58
Goiânia R$ 648,59
Fortaleza R$ 639,91
Belo Horizonte R$ 639,68
Belém R$ 635,18
Natal R$ 567,30
Recife R$ 551,04
Salvador R$ 550,86
João Pessoa R$ 548,33
Aracaju R$ 516,76

No caso de Aracaju, que teve a cesta básica mais barata do país em novembro, assim como aconteceu nos últimos meses. Na capital, o valor dos alimentos básicos comprometeu 39,1% do salário mínimo, taxa bem menor que a de São Paulo, mas ainda bastante elevada. Aliás, essa não foi a única diferença entre estes locais.

Quem estava morando em Aracaju em outubro precisou trabalhar 86 horas e 8 minutos para adquirir uma cesta básica. A saber, em São Paulo, a pessoa precisou trabalhar quase 39 horas a mais para comprar os mesmos produtos no mês, em relação a Aracaju.

Por fim, caso a cesta básica de Aracaju fosse a mais cara do país, sendo utilizada pelo Dieese para determinar o salário mínimo ideal, os brasileiros deveriam ter um piso de R$ 4.341,31, valor 31% menor que o mínimo ideal em comparação à cesta de São Paulo.