Direitos do Trabalhador

Cesta básica consumiu 58% do salário mínimo em julho, diz DIEESE

Quase 60% do salário mínimo no Brasil está servindo apenas para comprar uma cesta básica mensal para quatro pessoas. Quem está dizendo isso é o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Conforme apontou o levantamento, a situação não está fácil para os indivíduos que vivem apenas com essa renda.

De acordo com o Governo Federal, o salário mínimo atual é de R$ 1.100. O preço de uma cesta básica varia de acordo com a cidade. Em alguns lugares como Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, o valor pode chegar a mais de R$ 600 mensais. Seria portanto algo que consome mais da metade da renda do mês.

Apesar da variação de valores nas diferentes capitais, o DIEESE traçou uma média para entender como anda a situação desses brasileiros. No geral, essas pessoas tiveram que gastar 58% do salário apenas com os itens que estão presentes na cesta básica. Os principais especialistas econômicos consideram que essa é uma taxa alta.

Acontece que uma família não precisa gastar dinheiro apenas com comida. Naturalmente, ele também precisa comprar outros itens essenciais. Podemos falar, por exemplo, do material de limpeza e higiene pessoal. Além disso, é preciso lidar com as cobranças mensais de água, luz e até mesmo o aluguel.

De acordo com o DIEESE, essa taxa de utilização do salário mínimo começou a crescer mesmo a partir do mês de outubro do ano passado. Naquele momento, o índice de utilização dessa renda para comprar a cesta básica era de 60%. De lá até aqui, o valor não baixou mais. Pelo menos é isso o que os dados estão apontando.

E para quem vive só com Auxílio?

Se a situação está complexa para quem vive apenas com o salário mínimo, imagine então para quem está vivendo apenas com o Auxílio Emergencial? É de se entender que tudo está ainda mais difícil para esses brasileiros neste momento.

De acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 37 milhões de cidadãos estão recebendo o Auxílio Emergencial neste momento. Eles estão pegando parcelas que variam entre R$ 150 e R$ 375. E isso não deve mudar nem durante a prorrogação.

Ainda usando dados do DIEESE, dá para dizer que esses valores não são suficientes para comprar uma cesta básica em nenhuma capital que registra esse tipo de dado. É portanto um desafio para as pessoas que estão vivendo com, no máximo, R$ 375.

E para quem vive sem nada?

A situação, no entanto, sempre pode ficar pior. É que existe no Brasil hoje uma grande massa de trabalhadores que não estão recebendo dinheiro nenhum do Governo Federal. Nem o Auxílio Emergencial, nem o Bolsa Família.

Esses brasileiros também estão com muita dificuldade para trabalhar no meio da pandemia do novo coronavírus. São portanto cidadãos que se enquadram em situação de vulnerabilidade social muito profunda neste momento.

De acordo com o Governo Federal, um dos objetivos do novo Auxílio Brasil, que deve estrear em novembro, é tentar atender esse público. Resta saber, no entanto, se vai ter espaço para todas essas pessoas.