A cesta básica ficou mais barata no país em outubro. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço caiu em 12 das 17 capitais brasileiras pesquisadas.
Em outras palavras, os brasileiros que dependem de cesta básica tiveram motivos para comemorar a queda nos preços dos alimentos no mês passado, pois a maior parte deles conseguiu gastar um pouco menos para comprar os mesmos itens que em setembro.
A saber, o Dieese coleta preços de alimentos básicos em 17 capitais brasileiras e revela as suas variações, bem como a das cestas básicas. Além disso, o levantamento também mostra quais produtos tiveram as maiores oscilações em seus preços.
Assim, os consumidores passam a entender o que ajudou a encarecer ou a reduzir o preço da cesta básica em cada mês. Em outubro, alguns itens muito importantes na mesa dos brasileiros ficaram mais baratos no país, como leite integral, feijão e tomate. A queda no preço destes itens ajudou a reduziu o valor da cesta básica em boa parte do país.
Entretanto, outros itens seguiram o caminho inverso e ficaram mais caros em outubro, pressionando a renda das famílias brasileiras. Confira abaixo os alimentos que tiveram as principais altas em seus valores no mês passado.
De acordo com o Dieese, o preço da batata subiu em toda as dez capitais pesquisadas em outubro, resultado bastante diferente do observado no mês anterior, quando o item ficou mais barato em nove dos dez locais.
O tubérculo é pesquisado em capitais do Centro-Sul e seu valor subiu com mais intensidade em Campo Grande (30,77%), Rio de Janeiro (29,10%), Belo Horizonte (26,15%), Brasília (25,61%) e Porto Alegre (20,85%).
O Dieese explicou que “as altas temperaturas e as chuvas trouxeram resultados negativos para a produção nacional de batata, reduzindo a qualidade e fazendo subir o preço no varejo“.
Por outro lado, o preço do tubérculo caiu em todas as capitais no acumulado dos últimos 12 meses até outubro. O recuo mais intenso foi registrado em Curitiba, onde a batata ficou 24,07% mais barata. Já a queda mais tímida foi registrada em Campo Grande (-7,33%) no período.
O preço do arroz agulhinha subiu em todos os locais pesquisados em outubro, destacando-se Florianópolis (9,25%), Brasília (7,35%) e Rio de Janeiro (6,72%), que tiveram os maiores avanços percentuais.
No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado também não foi favorável para os brasileiros, que tiveram que gastar mais para adquirir o item. Em suma, o valor subiu em todas as 17 capitais, com Florianópolis apresentando a maior alta percentual (30,52%), enquanto Belém teve o menor avanço (11,28%), apesar de ainda muito expressivo.
De acordo com o Dieese, “a maior demanda externa pelo arroz brasileiro e a desvalorização do real diante do dólar reduziram a oferta e elevaram os preços no varejo“.
Em outubro, o preço do pão francês subiu em 13 das 17 capitais pesquisadas. Os avanços mais expressivos foram registrados em João Pessoa (2,74%) e Florianópolis (1,12%). Em contrapartida, a queda mais intensa ocorreu em Porto Alegre (-2,03%).
O resultado acumulado nos últimos 12 meses até outubro foi ainda pior, com 16 locais registrando aumento nos preços. A única exceção foi Recife, onde o pão francês ficou 0,22% mais barato. Entre as altas, as variações oscilaram entre 1,71%, em Belém, e 8,64%, em Fortaleza.
Segundo o Dieese, “o alto volume de trigo importado, as variações do preço internacional, devido ao conflito da Rússia com a Ucrânia, e as oscilações climáticas elevaram o valor da farinha. Com a pressão desses fatores e demanda maior, o pão francês teve os preços aumentados“.
O levantamento ainda mostrou que o preço do açúcar refinado subiu em 11 das 17 capitais em outubro. Em resumo, o avanço mais intenso ocorreu em Belo Horizonte (5,41%), enquanto a alta mais leve veio de Brasília (0,54%). Entre os recuos, os destaques ficaram com Belém (-2,67%) e Fortaleza (-2,28%).
No acumulado dos últimos 12 meses, o açúcar ficou mais caro em 12 capitais. A alta mais leve aconteceu em Vitória (0,28%), e a mais intensa ocorreu em Florianópolis (15,02%). Já entre as quedas, as mais expressivas vieram de Belém (-5,85%) e Campo Grande (-2,06%).
O Dieese explicou que o aumento do preço internacional e da exportação do açúcar reduziram a oferta interna do item, e isso provocou o aumento dos preços no varejo brasileiro.
A saber, o Dieese coleta os preços nas seguintes capitais: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.