O custo da energia, pouca quantidade de embalagens e aumento no valor dos insumos devem deixar o preço da cerveja mais cara em 2021. A estimativa foi feita por produtores e entidades do setor. A alta do dólar tem impacto direto no custo de commodities, como leveduras, cevada, milho e alumínio. Esses itens são a base para produzir a cerveja.
A inflação da bebida em 2020 foi de 1,94%, de acordo com os dados do IBGE. Mesmo assim, o mercado deve reposicionar os preços no primeiro semestre desse ano e o aumento para o consumidor final deve ser de 10% a 15%, seguindo a tendência de aumento de preços dos alimentos.
“A constante alta do dólar gerou impacto no custo dos commodities, sem contar o custo de energia elétrica, que também aumentou. Esses fatores têm influência direta no preço das bebidas. Se foi possível segurar até o momento, certamente o impacto vai desaguar em 2021”, afirmou Enrico Bressiani, diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM).
“O Brasil é um país fechado, cheio de burocracia e que enfrenta problemas com a variação cambial. Quem sofre mais são as pequenas empresas, porque a maioria não tem contratos de compra e fornecimentos mais estáveis e adquire produtos conforme a demanda. Mas até os grandes terão de aumentar o preço para o consumidor final”, completou.
Em janeiro de 2020, o dólar estava cotado a R$ 4,02. A moeda norte-americana fechou 2020 custando R$ 5,45. Os produtos, por serem indexados em dólar, sofrem aumento por causa dos insumos importados.