O governo do Ceará anunciou nesta semana o primeiro concurso estadual para professores efetivos de escolas indígenas.
Ao todo, serão abertas 200 vagas para contemplar 13 etnias que vivem no estado, entre elas a Anacé, Kanindé, Kariri, Pitaguary, Potyguara, Tabajara e Tupinambá.
As vagas para os novos professores da rede estadual de educação serão distribuídas entre os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, além do Ensino Médio, nas seguintes áreas do conhecimento:
O concurso contará com três etapas de seleção: prova objetiva, prova escrita e análise de títulos.
“O anúncio do primeiro concurso para professores indígenas faz com que isso fortaleça a presença, a carreira e o compromisso desses professores nas 29 escolas que são da responsabilidade direta da Seduc (Secretaria da Educação). Com isso, podemos afirmar e nos comprometer cada vez mais com a oferta de educação nas comunidades indígenas, que têm seus direitos e todo potencial para ser desenvolvido”, destacou a governadora do estado Izolda Cela.
Durante o anúncio do concurso, a governadora ainda destacou que a comissão que se responsabilizará pela preparação do concurso será publicada em breve.
A comissão do concurso contará com representantes das comunidades indígenas, da Seduc e também da Procuradoria Geral do Estado (PGE). A expectativa do governo é lançar o edital em breve.
“Agora, vamos botar a mão na massa para que em nenhum momento esse processo pare. Nosso compromisso é que tudo possa acontecer o mais rápido possível. Estivemos o tempo todo em uma mesa de negociação, olhando as vagas. Tudo isso foi construído com cada um. É um marco importante para que a gente possa construir uma educação cada vez melhor”, disse Eliana Estrela, secretária da Educação do estado do Ceará.
A notícia da abertura do concurso foi bem recebida no meio indígena. O coordenador da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará, Weibe Tapeba, destacou o olhar para a diversidade na pauta governamental.
“Vivenciamos governos extremamente conservadores. Agora, a gente construiu uma relação respeitosa. Estamos aqui assegurando um momento importante para a nossa geração, mas que as nossas futuras gerações também estarão usufruindo. Quis o destino que uma professora, a primeira governadora mulher, fizesse o anúncio”, disse Weibe.
Já para Cristina Pitaguary, coordenadora da Organização dos Professores Indígenas do Ceará, o concurso é uma pauta antiga que agora chega para levar estabilidade à categoria.
“É um momento histórico que a gente já espera há 30 anos. Nossa classe de professores indígenas já está com quase 700 professores. É uma porta que está abrindo para que futuramente aconteçam outros. Hoje, vamos poder ver que alguns professores vão ficar estáveis (em suas salas de aula)”, disse a representante dos docentes.
O governo do Maranhão também divulgou processo seletivo para professores de comunidades indígenas.
O edital foi publicado no último dia 13 de maio e prevê a contratação de 30 professores temporários imediatos para as escolas indígenas do estado, além de formação de cadastro reserva.
As vagas são para as regiões de Santa Inês e Zé Doca.
As inscrições vão somente até o dia 24 de maio e devem ser realizadas exclusivamente pela internet no site da SEDUC.
A previsão é que os novos professores sejam contratados até o dia 20 de junho de 2022.
Clique aqui para ler o edital na íntegra.
Os interessados em concorrer a uma vaga de professor efetivo podem se inscrever em outros concursos abertos pelo país.
Em Fortaleza serão contratados 2 mil novos profissionais com salários de R$ 4 mil. Já em Campinas, interior de SP, a prefeitura abriu concurso para contratação de 44 profissionais com salários de até R$ 6 mil.
Ainda em São Paulo, a cidade de Hortolândia prevê a contratação de 195 professores temporários.