O caudilhismo foi uma prática originada no Império Romano. Porém, o seu uso foi constante por muitos séculos, chegando, até mesmo, no Novo Mundo.
Assim, os principais vestibulares do país e a prova do ENEM costumam abordar o fenômeno nas mais variadas épocas. Entre elas, podemos citar: o Brasil da República Oligárquica e as ex-colônias espanholas no século XIX.
O caudilhismo foi uma política de governo liderada e implantada por um indivíduo que seria denominado de caudilho. Normalmente, a sua atuação está ligada aos interesses das grandes e poderosas famílias.
O caudilhismo surge na Roma Antiga. Assim como acontecia com as grandes oligarquias brasileiras, os caudilhos eram os proprietários de grandes lotes de terra e de riquezas. Dessa maneira, suas propriedades atribuíam-lhe o poder necessário para comandar as demais pessoas que viviam na mesma região.
O caudilho, palavra que surge do latim capitellus, é aquele que, devido à suas riquezas e posses, dirige uma certa comunidade. Ou seja, ele é uma espécie de chefe política regional que usa de seus exércitos particulares para controlar a população.
O caudilho é aquele que demonstra disciplina, experiência militar, riqueza, poder e o controle de exércitos. Alguém que irá usar todas essas características e a sua retórica para manipular a população. Pode-se perceber que a prática é relacionada, de alguma forma, ao populismo.
O caudilhismo pode acontecer em diversos locais e, por isso, a sua ideologia pode também ser muito variada, podendo ser liberal, aristocrática, progressista ou reacionária.
Porém, em todos os casos, a prática é marcada pelo autoritarismo, pelo paternalismo e pela repressão. Ainda, o caudilhismo é também, na maioria dos casos, relacionado à personificação carismática de um líder.
A principal característica da prática, porém, é que o caudilhismo busca, acima de tudo, manter os privilégios das elites ou oligarquias dominantes, agindo conforme o necessário para aumentar suas riquezas.
O caudilhismo foi uma prática amplamente difundida na América Latina dos século XIX e XX.
No período colonial de muitos países (e não só do Brasil), os grandes proprietários de terras detinham o poder político e, dessa forma, poderiam controlar corporações locais com amplos poderes administrativos e políticos. Poderiam, ainda, formar milícias em forma de exércitos particulares para defender suas propriedades.
Nas ex-colônias espanholas, os caudilhos pertenciam à elite denominada de crioula (descendentes de espanhóis nascidos no Novo Mundo). Apesar de seu amplo poder econômico e dominação sobre as massas, foram eles que iniciaram os processos de independência dos territórios colonizados.
Assim, a partir da metade do século XIX, as grandes massas rurais passaram a ser comandadas por líderes caudilhos que se aproveitavam de sua força para depor os governos das metrópoles europeias e os substituir por regimes caudilhistas.
No Brasil, o caudilhismo pode ser observado como um sinônimo do coronelismo, particularmente evidente na República Velha, iniciada em 1889.
Os caudilhos brasileiros eram os grandes proprietários de terras que manipulavam e controlavam a população conforme os seus interesses. Um dos grandes líderes caudilhismos brasileiros foi Júlio Prates de Castilhos (1860-1903).