O zagueiro brasileiro Gabriel Paulista, que defende o Valencia na La Liga, e já deu uma entrada violenta em Vinicius Júnior, entrou em defesa da torcida do clube após acusações de racismo no último jogo contra o Real Madrid, realizado no Estádio Mestalla. O jogador alega que não haviam gritos racistas, mas sim de apoio à sua equipe. Além disso, Gabriel fez questão de ressaltar o clima positivo vivido no estádio e destacou a importância do apoio da torcida, que foi fundamental para a equipe superar o risco de rebaixamento.
Entretanto, a partida foi marcada por polêmicas envolvendo racismo e expulsão dos jogadores brasileiros. Vinícius Júnior, do Real Madrid, acabou sendo expulso por um lance considerado violento, mas a partida só foi retomada após nove minutos de paralisação devido aos supostos cantos racistas direcionados ao jogador.
Segundo o defensor, os gritos da torcida eram “tonto” (bobo, em espanhol) e não “mono” (macaco, em espanhol), como foi relatado por muitos veículos da imprensa. Ele argumenta que a situação foi completamente diferente e, se houvesse algum caso de racismo, o responsável deveria ser punido. Entretanto, o jogador ressalta que a atmosfera no Mestalla era incrível e muito positiva, o que foi fundamental para a equipe vencer a partida e sair da zona de rebaixamento.
Além da alegação de cantos racistas, o jogo teve outras polêmicas envolvendo os jogadores brasileiros. Gabriel Paulista havia sido expulso na partida anterior entre as duas equipes após uma falta em Vinícius Júnior. Desta vez, foi Vinícius quem foi expulso após uma discussão com o goleiro rival Mamardashvili. O jogador foi contido por outros atletas, mas acabou sendo agredido por Hugo Duro com um ‘mata-leão’ e revidou com um golpe de braço. O árbitro, chamado pelo VAR para analisar o lance, expulsou apenas o brasileiro, o que gerou ainda mais reclamações e polêmicas.
Com a expulsão, Vinícius Júnior corre o risco de ser suspenso por três jogos, desfalcando o Real Madrid nas últimas rodadas da La Liga. A equipe busca a segunda colocação na tabela, pois foi ultrapassada pelo Atlético de Madrid. Além disso, a vaga direta na fase de grupos da Champions League ainda está em disputa, e o time de Carlo Ancelotti precisa conquistar pelo menos quatro dos nove pontos possíveis para garantir a classificação sem depender dos play-offs.
O Governo Brasileiro lançou, nesta segunda-feira (22), uma nota oficial de repúdio aos ataques racistas sofridos pelo atleta brasileiro Vinícius Júnior, do clube Real Madrid, durante uma partida do campeonato espanhol neste último domingo (21). Os ataques vieram de torcedores do time adversário, Valencia, que chamaram Vini Jr. de “macaco”.
A nota, assinada conjuntamente pelos ministérios de Relações Exteriores, Igualdade Racial, Esporte e Direitos Humanos e Cidadania, pede que as “autoridades governamentais e esportivas da Espanha” tomem providências para punir os autores dos atos de racismo e evitar a repetição desses episódios no esporte.
O jogador brasileiro encontrou apoio na esfera pública, tanto do governo quanto de colegas de profissão e instituições esportivas. Por sua parte, Vini Jr. afirmou que irá “até o fim contra os racistas” e seu clube, o Real Madrid, também denunciou os crimes de ódio e discriminação ocorridos na partida.
Além do repúdio público feito por meio da nota oficial, o Itamaraty planeja chamar a embaixadora da Espanha no Brasil, Mar Fernández-Palacios, para explicações sobre o ocorrido. O presidente do Brasil, Lula, também manifestou solidariedade ao atleta, cobrando ações efetivas por parte das autoridades do futebol espanhol.
No dia 10 de maio, Brasil e Espanha assinaram um acordo bilateral para o combate ao racismo e à xenofobia. Porém, o governo brasileiro entende que, diante de episódios recentes como o vivido por Vini Jr., as medidas tomadas até o momento ainda não são suficientes para garantir a prevenção e a punição de atos discriminatórios no esporte.
A expectativa é que o caso do jogador brasileiro incite maiores discussões e ações conjuntas para promover a igualdade e o combate à discriminação nas diferentes modalidades esportivas entre os dois países e, também, no âmbito das entidades reguladoras do futebol, como a FIFA e a Federação Espanhola.