Milhares de trabalhadores das lojas Americanas estão preocupados com o futuro deles na empresa. Com o pedido de recuperação judicial, há o temor de demissão em massa. Na manhã desta segunda-feira (30), os Ministros do Trabalho, Luiz Marinho (PDT) e da Previdência, Carlos Lupi (PDT) se reuniram com Centrais Sindicais para discutir o tema.
Desde o início do processo das Americanas, algumas Centrais Sindicais foram à Justiça para resguardar de antemão os direitos dos trabalhadores da loja. Contudo, ainda há um temor de que a situação não consiga ser controlada, já que a rede está passando por um dos momentos mais difíceis de sua história.
A reunião dos ministros com representantes das Centrais Sindicais aconteceu em São Paulo, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos. A imprensa estava presente apenas no início do encontro e conseguiu fazer algumas imagens. Entretanto, os jornalistas não puderam acompanhar a reunião na íntegra.
O Governo Federal foi o responsável pela convocação da reunião com as Centrais. O poder executivo quer saber das Centrais o que pode fazer para ajudar os profissionais que possam vir a serem demitidos pelas Americanas. Dados mais recentes apontam que mais de 100 mil pessoas trabalham direta ou indiretamente na varejista.
Os sindicatos pedem o bloqueio de quase R$ 1,5 bilhão de acionistas da empresa, justamente para garantir os pagamentos de direitos trabalhistas em caso de demissão em massa. Vale lembrar que ao ser demitido sem justa causa, o cidadão tem o direito a uma série de bônus como a multa de 40% sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), por exemplo.
As reuniões de Marinho e Lupi devem acontecer de forma separada. No início da manhã, os sindicatos se encontraram com o Ministro do Trabalho. A expectativa é de que a partir das 11h, eles se encontrem com o Ministro da Previdência.
Na reunião, Lupi deverá garantir que os possíveis demitidos da rede Americanas sejam atendidos prontamente no sistema de seguro-desemprego. Trata-se de um auxílio de caráter previdenciário, voltado às pessoas que perderam o emprego.
Embora o foco principal destas reuniões seja mesmo a questão das Americanas, o fato é que as Centrais Sindicais também deverão falar sobre outros temas neste encontro. A Reforma da Previdência, por exemplo, é um destes assuntos.
Recentemente, Lupi disse que deveria apresentar uma espécie de contra-reforma da previdência. A notícia assustou alguns setores do mercado financeiro, e a cúpula do governo Lula logo negou que exista uma intenção de mudar este texto.
Também nesta reunião, as Centrais deverão aproveitar a presença dos Ministros para falar sobre o salário mínimo. Hoje, o patamar está na casa dos R$ 1.302, o que representa um aumento real em relação aos R$ 1.212 vistos no ano passado.
Contudo, as Centrais querem mais. Em reuniões recentes, os sindicalistas chegaram a dizer que o ideal era mesmo elevar o valor para mais de R$ 1.340. O Governo, no entanto, vem alegando que não há dinheiro suficiente para este movimento.
O Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que uma decisão sobre este tema só deve sair nos próximos meses.