O universo do varejo está em constante mutação, com grandes redes redefinindo suas estratégias para sobreviver. Um exemplo recente é o fechamento da loja Casas Bahia e o anúncio do plano de reestruturação da empresa com fechamento de até 100 lojas, um movimento que reforça essa tendência de mudança. Leia até o final e entenda.
No coração do Shopping Jequitiba, na cidade de Itabuna-BA, uma das principais lojas do local, a Casas Bahia, encerrou suas atividades. A loja, que era um pilar do shopping, abandonou o empreendimento.
“A saída de grandes lojas representa não apenas a perda de aluguéis e fluxo de consumidores, mas também um desafio em reinventar espaços e atrair novos inquilinos em um mercado cada vez mais competitivo.”
O fechamento da loja no Shopping é apenas um exemplo da crise que assola o setor varejista brasileiro. Muitas grandes redes de lojas estão passando por reformulações significativas em suas estratégias de negócios.
Antes da Casas Bahia, a rede Americanas também passou por mudanças significativas, ajustando sua presença em centros comerciais. Essa tendência é preocupante para os gestores de shoppings, que enfrentam o desafio de manter os consumidores engajados e frequentando seus espaços.
Em resposta à crise, muitos shoppings estão buscando diversificar sua oferta de serviços e experiências. O foco está cada vez mais voltado para proporcionar experiências únicas e diversificadas para os visitantes.
A Via, empresa proprietária da Casas Bahia, anunciou recentemente seu plano de reestruturação, o qual inclui o fechamento de até 100 lojas. Este plano também prevê uma redução significativa nos estoques da empresa e uma mudança na forma como ela capta recursos para financiar suas vendas a crédito.
A companhia espera alcançar uma redução de até R$ 1 bilhão em seu estoque este ano. A estratégia para atingir essa meta envolve o deslocamento de produtos de baixa lucratividade, principalmente os de menor preço, para o seu marketplace. Desta forma, as lojas físicas ficarão somente com produtos de maior rentabilidade. O presidente da Via, Renato Horta Franklin, estima que essa estratégia liberará R$ 200 milhões em estoques.
Outra parte do plano de reestruturação envolve mudanças na captação de recursos para financiar o crediário, uma forma de pagamento que a empresa oferece a seus clientes. Atualmente, 50% do crédito da Via está ligado ao crediário. A empresa adianta os valores a serem recebidos de vendas parceladas a bancos, e depois os devolve, com juros, quando o cliente termina de pagar. A nova estratégia é colocar a carteira de crediário no mercado de capitais por meio de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e cessão da carteira de crediário ao FIDC.
A Via também anunciou que planeja reduzir seus investimentos em até 40%. Isso faz parte de uma série de transformações operacionais que a empresa espera que gerem R$ 1 bilhão em lucro líquido. No entanto, não foi divulgado um cronograma específico para quando esses lucros seriam realizados.
Continuando com sua estratégia de monetização de créditos fiscais, a Via espera gerar R$ 2,5 bilhões este ano. Até agora, já foram monetizados cerca de R$ 1,2 bilhão.
Além dos créditos fiscais, a empresa também planeja gerar mais R$ 500 milhões com a monetização de outros ativos. Isso inclui a realização de operações de “sale and leaseback” com as lojas – onde a loja é vendida, mas continua sendo utilizada através de aluguel.
A Via relatou um prejuízo trimestral de R$ 492 milhões no período de abril a junho. Isso foi seguido por um lucro de R$ 6 milhões no mesmo período do ano anterior. No entanto, a receita da empresa caiu 2,1% em base anual, para R$ 7,49 bilhões.
As vendas no marketplace da Via aumentaram 9%, enquanto as vendas diretas ao consumidor caíram 1,2%. Isso sugere que a estratégia da empresa de se concentrar mais em vendas online e menos em vendas em lojas físicas pode estar dando frutos.
O plano de reestruturação da Via inclui o fechamento de entre 50 e 100 lojas da Casas Bahia. Esta é uma estratégia que a empresa espera que a ajude a se concentrar mais em vendas online e a reduzir seus custos operacionais.
O plano de reestruturação da Via é uma grande mudança para a empresa e para a marca Casas Bahia. Embora envolva o fechamento de várias lojas e a redução do estoque, o objetivo é tornar a empresa mais rentável e eficiente. Só o tempo dirá se estas mudanças terão o impacto desejado.