De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), os pagamentos com cartão de crédito cresceram 36,5% no primeiro semestre deste ano. Os números levam em comparação o mesmo período de 2021, onde o valor total movimentado foi de R$ 2,6 trilhões.
O estudo divulgado pela Abecs informou que os brasileiros fazem, em média, 104 milhões de pagamentos com cartões por dia. “Brasileiros continuam usando mais o cartão em substituição a dinheiro, cheque e outros meios, buscando soluções como parcelamento sem juros, compras online, pagamento por aproximação, entre outros benefícios”, diz.
Nessa perspectiva, a Abecs acredita que os cartões de crédito devem movimentar mais de R$ 3 trilhões até o final de 2022. Dados divulgados pela associação informam que as compras por meio dos cartões físicos vem demonstrando um crescimento mais expressivo desde 2018.
Segundo informações disponibilizadas pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), mais de 86% das dívidas familiares no país são geradas pelo uso do cartão de crédito. Além disso, a fintech de crédito FinanZero, também informou que nos últimos três meses de 2022, uma em cada três solicitações de empréstimos na plataforma tinha como objetivo quitar dívidas do cartão.
Apesar disso, o levantamento divulgado pela Abecs constatou que os volumes de crédito imobiliário, consignado, veículos e não consignado representam quase 90% do total das dívidas. Sendo assim, apesar do cartão de crédito ser um dos meios de pagamento mais utilizados no país, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços informa que o uso do rotativo representa apenas 2,8% do endividamento das famílias.
Mesmo não sendo o grande responsável pelo endividamento familiar, vale lembrar que recentemente o Banco Central do Brasil informou que em agosto de 2022, a taxa de juros do cartão de crédito alcançou a média de 398,4%. Esse valor representa o maior patamar desde agosto de 2017. Além do cartão de crédito, essa alta também acabou atingindo o cheque especial, que passou de 127,4% para 128,6% ao ano. Sendo assim, é importante ter cautela ao utilizar essas linhas de crédito.
Além dos pagamentos com os cartões de crédito e débito, o PIX, lançado em 2020 pelo Banco Central do Brasil também acabou caindo no gosto dos brasileiros. De acordo com o BC, o método de pagamentos foi responsável por incluir 49 milhões de pessoas que antes do lançamento do PIX, não faziam transações eletrônicas.
Ao fazer uma análise por região geográfica, o BC constatou que o maior porcentual de inclusão financeira foi alcançado na região Norte do Brasil. Vale informar que os dados publicados pela autarquia no último mês fazem parte do Relatório de Economia Bancária (REB) de 2021.
“Entre as mais de 120 milhões de pessoas que não utilizavam TED antes do lançamento do PIX, 36 milhões (20% da população adulta) passaram a utilizar exclusivamente o PIX, enquanto 13 milhões (8% da população adulta) iniciaram a utilização de ambos os instrumentos”, disse o Banco Central. Apesar do PIX incluir muitos brasileiros, os pagamentos via cartão de crédito e débito ainda são os mais utilizados no país.