As comercializações de quatro dos cinco veículos nacionais mais econômicos tiveram uma redução em maio. Isso aconteceu ao mesmo tempo em que a indústria automobilística aguarda os detalhes do plano do Governo Federal para diminuir o valor dos carros populares. As informações serão divulgadas nos próximos dias.
A saber, houve um cancelamento em massa das encomendas de carros nas lojas autorizadas após o último dia do mês anterior ao atual. Nessa data, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, anunciou uma diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) para carros populares com um preço de até R$ 120 mil. Essa iniciativa, por si só, ocasionará uma queda de até 10,96% no custo para o consumidor final.
Uma análise realizada pela empresa de consultoria Jato do Brasil aponta uma redução de 5,1% nas matrículas de veículos em maio, isso em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ao considerar somente os automóveis compactos, houve uma diminuição de 13,7%, enquanto as vendas de carros sedãs compactos caíram 25,6%. Essas duas categorias agrupam a maioria dos veículos que serão favorecidos pela redução temporária de impostos, que será estabelecida por meio de um decreto e uma medida provisória.
De acordo com a Jato, a maior queda nas vendas entre os modelos mais acessíveis do Brasil foi registrada pelo Renault Kwid (-34,45). A seguir, confira a variação nas comercializações dos cinco veículos mais econômicos, considerando que o estudo engloba todo o mês de maio. Ademais, não se considerou somente o período entre os dias 25 e 31 do mês passado, após o anúncio de Alckmin – que também exerce a função de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Vale ressaltar que a lista abrange somente os carros fabricados no Brasil, já que apenas esses, dentro do limite de R$ 120 mil, terão o abatimento do IPI e do PIS/Cofins.
Preço chegando a R$ 68.990, com 4.196 emplacamentos em maio, o que culmina em menos 10,4 % na comparação do mês de abril.
Preço chegando a R$ 68.990, com 2.722 emplacamentos em maio, o que culmina em menos 34,4 % na comparação do mês de abril.
Preço chegando a R$ 72.990, com 1.607 emplacamentos em maio, o que culmina em menos 18,2 % na comparação do mês de abril.
Preço chegando a R$ 79.790, com 4.710 emplacamentos em maio, o que culmina em menos 14 % na comparação do mês de abril.
Preço chegando a R$ 79.990, com 598 emplacamentos em maio, o que culmina em mais 42,7 % na comparação do mês de abril.
O governo liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem a intenção de fornecer benefícios fiscais para as fabricantes de veículos. Contudo, eles devem comercializar automóveis aos consumidores por até R$ 120 mil, incluindo descontos que variam de 1,5% a 10,96%, negociados com o Poder Executivo.
Os benefícios estarão condicionados à aplicação dos descontos na nota fiscal e serão limitados a um montante global aproximado de R$ 500 milhões. Essa quantia servirá como uma espécie de limite: assim que os benefícios atingirem esse valor, o incentivo governamental será encerrado.
Dentro desse formato, os consumidores terão uma redução no preço. Ademais, o valor do desconto concedido será convertido em crédito para a indústria automobilística utilizar posteriormente para deduzir os impostos devidos ao governo federal.
O modelo de benefício fiscal substitui a redução direta de impostos que foi inicialmente considerada pelo governo. Na quinta-feira (01), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) mencionou que o programa havia sido “reestruturado”, porém não entrou em detalhes.
De acordo com o ministro responsável pela Fazenda, o custo do programa será compensado por medidas de arrecadação já aprovadas por Lula. Uma medida provisória (MP) está sendo elaborada pelo governo, e a cerimônia oficial para o lançamento do incentivo deve acontecer na próxima segunda-feira (05).
Então, esse novo modelo é considerado mais benéfico para a Fazenda. Isso porque não há um impacto imediato na arrecadação, como ocorreria caso as alíquotas fossem reduzidas.