O Carnaval deverá movimentar R$ 8,18 bilhões em 2023. Pelo menos é o que apontam as projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Esse faturamento representa um forte de 26,9% no faturamento do varejo brasileiro, na comparação com o ano passado. Caso essas estimativas se confirmem, o resultado ficará bem próximo do nível pré-pandemia.
Em resumo, a crise sanitária, decretada em março de 2020, impactou diversos setores e atividades em todo o mundo. Como a pandemia obrigou milhões de pessoas a fazerem isolamento social, o Carnaval acabou sendo uma das festas que mais sofreram.
Na verdade, quando se pensa em Carnaval, lembra-se logo de multidões de brasileiros e estrangeiros, comemorando e festejando. E a pandemia impediu que esse contato físico acontecesse nos dois últimos anos. Por isso que o faturamento em 2023 deve ser tão expressivo, em relação a 2022, porque a base comparativa é fraca.
No entanto, ao comparar com 2020, última vez que houve festividades de Carnaval no Brasil, sem imposições por causa da pandemia da covid-19, o faturamento do varejo deverá ser 3,3% menor. Em outras palavras, o comércio varejista brasileiro precisa se recuperar ainda mais para voltar ao nível pré-pandemia.
De acordo com a CNC, três segmentos deverão responder por cerca de 85% do faturamento do varejo brasileiro no Carnaval de 2023. Veja abaixo quais são e os valores que deverão movimentar:
Os demais 15% deverão se dividir entre empresas de lazer e cultura, que irão movimentar R$ 780 milhões, e outros segmentos, como aluguel de veículos e agências de viagem, que deverão movimentar R$ 530 milhões no país.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou que o Carnaval deste ano terá dois principais desafios. O primeiro se refere ao restabelecimento das receitas ao nível pré-pandemia, algo que não deverá acontecer.
Já o segundo está relacionado à atividade econômica do país, que não deve ter um desempenho tão expressivo em 2023, visto que o cenário internacional está menos favorável para isso.
“Os reajustes de preços de praticamente todos os segmentos, o aumento significativo da taxa de juros e o alto comprometimento da renda com dívidas fazem com que os gastos com lazer sejam comedidos, mas ainda assim consideravelmente maiores do que em 2021”, afirmou o presidente da CNC.
Outro ponto ressaltado pela CNC é o aumento dos preços das passagens aéreas no país. Em síntese, os brasileiros que decidirem viajar durante os dias de Carnaval poderão se surpreender com valores bem mais altos que o esperado.
Essa estimativa da CNC se baseou no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Isso porque, no ano passado, o IPCA, que coleta preços de bens e serviços, mostrando suas variações ao longo do ano, revelou que as passagens aéreas acumularam uma forte alta de 23,53% em 2022.
Da mesma forma, os preços das hospedagem também dispararam no ano passado (18,21%), assim como os pacotes turísticos (17,16%). A saber, todas essas altas foram bem maiores que a taxa nacional do IPCA, que ficou em 5,79%. Aliás, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.
“Esses serviços são, na maioria das vezes, comprados mediante parcelamento, o que, com o crédito mais caro, explica a dificuldade do setor do turismo em ultrapassar o nível pré-pandemia”, explicou o economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes.
Quem está procurando alguma vaga temporária de emprego poderá se dar bem no Carnaval de 2023. Segundo a CNC, “a demanda por serviços turísticos deve gerar oferta de 24,6 mil vagas temporárias no carnaval deste ano”.
Em suma, essa quantidade representa um aumento de 9,4 mil vagas em relação a 2022. Por outro lado, o país deverá ter 1,5 mil postos a menos que em 2020, último Carnaval antes da decretação da pandemia da covid-19.
Confira abaixo as ocupações que mais irão ofertar vagas neste ano:
Esses valores foram estimados pela CNC, cuja expectativa é de recuperação de criação de vagas no período. Aliás, vale destacar que a maior quantidade de vagas temporárias criadas durante o Carnaval ocorreu em 2014.
Em resumo, a proximidade com a Copa do Mundo do Brasil resultou na contratação de 55,6 mil profissionais no país. Esse valor é mais que o dobro do esperado para 2023.