Mais de 500 candidatos à eleição de 2020 possuem patrimônio de mais de R$ 1 milhão e receberam auxílio emergencial ou Bolsa Família. O número foi divulgado pelo portal UOL, que cruzou dados públicos dos candidatos às eleições municipais com folhas de pagamento do auxílio emergencial e do Bolsa Família pagos em maio e junho deste ano.
Alguns dos candidatos afirmaram ao UOL que não solicitaram auxílio ou Bolsa Família. E outros afirmaram que seus dados foram utilizados de forma indevida e que não receberam pagamento dos benefícios.
Ainda assim, há candidatos a vereador, vice-prefeito e prefeito de diversos partidos que afirmam que se cadastraram para receber algum dos dois benefícios, mesmo possuindo bens avaliados em R$ 1 milhão ou mais.
Kinho Pancotte, do PL, por exemplo, é candidato a prefeito de Itapuca (RS) e possui mais de R$ 8 milhões em bens declarados. Entre seus bens, há três propriedades rurais, cada uma avaliada em mais de R$ 1 milhão.
O Portal da Transparência do governo federal, que mostram detalhes dos pagamentos do auxílio, mostra que o candidato a prefeito recebeu R$ 1.800 de auxílio emergencial entre maio e agosto. Em setembro, ele gerou boleto e devolveu o valor ao governo.
Mas há candidatos que afirmam precisar do auxílio, mesmo com mais de R$ 1 milhão em bens. É o caso da Dra. Verbena da Paz (PRTB), candidata a prefeita de Anapu (PA). Ela tem R$ 1,2 milhão declarados em seu nome e recebeu R$ 2.400 entre abril e agosto do auxílio. A candidata afirma que, apesar da declaração de bens, isso não reflete sua realidade e que necessita do programa voltado a trabalhadores informais.