Com o objetivo de alertar a sociedade sobre as questões e necessidades da Saúde Mental, o primeiro mês do ano, vem sendo dedicado à mobilização da Campanha “Janeiro Branco”.
Assim como as manifestações do “Setembro Amarelo”, “Outubro Rosa”, “Novembro Azul”, entre outras iniciativas pró-saúde, a Campanha Janeiro Branco visa despertar a conscientização, por meio de ações e projetos, que podem mudar a realidade de quem sofre por problemas de saúde mental.
Desde 2014, após idealização de um grupo de psicólogos de Minas Gerais, o Janeiro Branco destaca tópicos relacionados desde a saúde emocional, educação emocional, psicoeducação, inclusive, a harmonia das relações.
O período e nome foram escolhidos, visto que janeiro é um marco simbólico e cultural de recomeços, como denomina a própria campanha, “uma folha ou tela em branco”, onde cada paciente com histórico mental poderá iniciar uma nova história.
As incidências de doenças e transtornos mentais alertam toda a sociedade sobre a importância de priorizar mais este tema, além de buscar políticas que atendam a necessidade de atendimento e cuidado da população.
O aumento das doenças mentais foi, inclusive, destacado em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) em 2019, onde foi constatado um crescimento de 34,2% em um período de seis anos.
Vale ressaltar, que após o início da Pandemia do Sars-CoV-2, a Covid-19, o índice de pesquisas sobre transtornos mentais no Google aumentou em 98%, segundo dados oficiais da empresa fornecidos ao Estadão.
O medo da infecção pelo vírus, entre outras consequências da própria medida protetiva, como o isolamento social, fez com que milhares de pessoas, não só no Brasil, como no mundo, desenvolvessem algum tipo de transtorno mental.
Além disso, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Oxford, divulgada pelo periódico The Lancet Psychiatry, 18% dos pacientes infectados pela Covid-19 receberam um diagnóstico psiquiátrico após determinado período.
Diante desses dados, fica evidente a necessidade sobre reforçar as políticas públicas, a fim de garantir mais acesso e o direito aos cuidados da saúde mental.
Apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecer atendimento gratuito a todos os brasileiros, a incidência de diagnósticos de depressão é considerada baixa. Este fato se explica devido à falta de acesso aos especialistas, entre psicólogos, psiquiatras e neurologistas.
Além do mais, muitas pessoas ignoram ou desconhecem os primeiros sintomas dos distúrbios mentais, que podem estar relacionados desde estados emocionais até dores físicas. Assim como qualquer doença de ordem física, quanto mais precoce for o diagnóstico da doença mental, mais rápida será a estabilização do quadro.
Os tratamentos das doenças mentais vão desde a introdução medicamentosa às psicoterapias e terapias alternativas. O apoio da família e integração social também é fundamental para esses pacientes.
Através do “Janeiro Branco”, os órgãos de Saúde Mental esperam que o acesso à informação e reivindicação dos direitos possa fazer diferença na vida de quem sofre por algum tipo de transtorno mental.