Por mais que a massa de ar quente que estacionou sobre o Brasil já esteja se deslocando, o fato é que milhões de brasileiros de todas as regiões do país ainda estão sofrendo com os efeitos do calorão. Nesta semana, por exemplo, um município chegou a bater o recorde histórico de calor.
Estamos falando de Araçuaí, em Minas Gerais. A cidade fica a 678 km de Belo Horizonte, e fica localizada no Vale do Jequitinhonha. Trata-se de um município com apenas 34.297 habitantes, de acordo com a última atualização do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o Inmet, a cidade mineira alcançou a marca média de 44,8ºC no último domingo (19). Trata-se do maior patamar médio já registrado por um município desde que o Instituto começou a realizar estas medições no país.
O recorde foi quebrado por muito pouco. Antes, a cidade detentora do título de dia mais quente já registrado na história do Brasil era Bom Jesus, no interior do Piauí, município que fica a 632 km de Teresina. Por lá, o registro médio foi de 44,7º no dia 21 de novembro de 2005.
Diante deste quadro de perigo, o Ministério da Saúde decidiu lançar na última quarta-feira (15) uma cartilha com uma série de dicas para se proteger do calor. A pasta lembra que é impossível se livrar completamente do impacto das altas temperaturas, mas reforça que estas pequenas dicas podem fazer muita diferença no final das contas.
O Ministério também lembra que é muito importante manter a hidratação:
Mesmo as pessoas que não saem de casa durante este período de intenso calor, precisam tomar alguns cuidados:
Mas, como dito, a tendência agora é que estes números diminuam no decorrer dos próximos dias. Ainda de acordo com as projeções mais recentes do Inmet, apenas três capitais brasileiras registraram temperatura próxima dos 40º C nesta segunda-feira (20), por exemplo.
Em Boa Vista (RR), a máxima foi de 38°C. Rio Branco (AC) chegou em 37°C nesta segunda (20), enquanto os termômetros de Teresina (PI) marcaram os 38°C ainda nesta segunda-feira (20).
O El Niño também deve seguir provocando uma série de tempestades, sobretudo na região Sul do país. É o que diz a meteorologista Josélia Pegorin.
“Então, eventos de chuva intensa no Sul do Brasil vão continuar acontecendo. E ao mesmo tempo a gente tem uma outra preocupação que é com a irregularidade da chuva nas outras regiões”, afirmou Josélia Pegorin, meteorologista.
“Os estudos costumam apontar que as ondas de calor podem ter uma relação bastante íntima com as mudanças climáticas. Em geral, as pesquisas mais conclusivas quanto a essas atribuições são relativas às ondas de calor. Então, é uma das principais hipóteses que a gente tem para explicar esse calor extremo. Mas claro que temos outros fatores em jogo, como o El Niño”, disse o meteorologista Bruno Bainy, do Cepagri.