O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, informou que o banco vai realizar um grande programa de recuperação de crédito para tentar resolver dívidas de 3 milhões de clientes. A expectativa é recuperar pelo menos R$ 1 bilhão em créditos que já estavam fora do balanço, lançados como prejuízo.
“Vamos dar descontos de 40% a 90% nessas dívidas. São débitos de 300 mil empresas e 2,7 milhões de pessoas físicas. E 90% dessas dívidas são inferiores a R$ 2 mil”, disse Guimarães ao chegar para reunião no Ministério da Economia.
O presidente revelou que vai lançar uma nova linha de crédito imobiliário referenciada no IPCA. A expectativa é que o volume de recursos para o setor seja ampliado. “O foco desse programa é em pessoas de baixa renda e pequenas e médias empresas”, disse o Guimarães.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA tem objetivo de medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias. Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura de 90% das famílias pertencentes às áreas urbanas de cobertura do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor – SNIPC.
Atualmente, as linhas de habitação da Caixa cobram juros com base na taxa referencial TR (atualmente é 0,0), mais uma taxa. Segundo ele, a nova linha terá R$ 10 bilhões podendo financiar até 46 mil imóveis. “Essa modificação tornará mais fácil securitizar essa carteira. O mercado compra uma linha de IPCA, mas não compra uma linha de TR”, explicou Guimarães.
Segundo Pedro, a nova linha terá funding com recursos da poupança. Além disso, a instituição fará um hedge em seu balanço para absorver eventuais flutuações do IPCA ao longo das operações que normalmente têm prazos de até 30 anos. “O potencial de 46 mil imóveis significa atender até 400 mil pessoas,” revelou.
A Caixa, maior concessor de crédito imobiliário do Brasil, usa a TR como referência e a tabela SAC na maioria dos empréstimos para o público.
De acordo com o presidente da CEF, também será iniciado um programa de renegociação de dívidas dirigido a cerca de 3 milhões de pessoas e 300 mil empresas clientes. A CEF prevê receber até R$4 bilhões com a medida.
Atualmente, a quantidade de pessoas com o nome sujo supera a casa de 60 milhões, conforme uma pesquisa divulgada pelo Serasa Experian. O número de negativados representa que 40% dos consumidores brasileiros estão com empecilhos em seu CPF.
Tal situação faz com que boa porte da população não tenha possibilidade de solicitar crédito. Com isso, o poder de compra dessa parcela da sociedade é comprometido. As compras, por exemplo, devem ser feitas somente à vista. Pensando nessa imensa parcela de pessoas com o nome sujo, a Caixa Econômica Federal conta com duas linhas de empréstimo que podem ser concedidas aos negativados. Para concessão, o banco exige garantias suficientes para não sair no prejuízo. Veja:
O Penhor Caixa é uma linha de crédito com uma das menores taxas do mercado e sem burocracia. Com o Penhor, você sai com seu dinheiro na hora sem a necessidade de análise cadastral ou avalista. Além disso, seus bens ficam em total segurança no cofre da Caixa e você pode renovar seu contrato quantas vezes precisar.
E, depois de quitar seu contrato, você recebe seu bem de volta. Os limites de empréstimos podem chegar até 100% do valor da garantia para os clientes que recebem o crédito salário na Caixa.
Encontre a mais próxima de você.
Vá à agência escolhida com os bens que pretende empenhar.
Leve RG, CPF em situação regular e comprovante de residência.
Seu bem será avaliado na hora por um empregado Caixa.
Escolha o prazo do contrato. Lembrando que é possível renovar quantas vezes precisar.
Você recebe seu dinheiro na hora.
Ao quitar seu empréstimo, você recebe seus bens de volta.
A Caixa, nessa opção, disponibiliza crédito consignado disponível para trabalhadores que têm carteira de trabalho. Esse modelo de empréstimo passou a funcionar em setembro de 2018.
A garantia do empréstimo será o FGTS do empregado. Sendo assim, o banco concede o valor de 10% do valor do saldo disponível na conta vinculada ao FGTS. No entanto, 40% poderão ser acrescidos devido a multa rescisória em caso de demissão do indivíduo.
Com isso, é possível que o trabalhador receba um empréstimo de até 50% de seus FGTS, não necessitando de consulta ao SPC e Serasa. A Caixa determina que o valor do empréstimo deve ser pago dentro de 4 anos.
As parcelas, nessa modalidade de crédito, são descontadas automaticamente da conta do cliente, seguindo o padrão de crédito do empregado.