Em nota divulgada nesta quinta (18), o Instituto Butantan culpou a ‘briga’ entre o governo federal e a China pelo atraso na entrega das doses da CoronaVac. A nota foi uma reação ao anúncio do Ministério da Saúde de que o atraso do Butantan “quebra a expectativa do Ministério da Saúde de cumprir o cronograma divulgado”.
Segundo o Butantan, “o Ministério da Saúde omite a briga com a China” e “ignora fatos” ao atribuir o atraso ao Instituto.
“O Ministério da Saúde omite e ignora fatos em seu comunicado oficial. Deixa de informar que, como é de conhecimento público, o desgaste diplomático causado pelo governo brasileiro em relação à China provocou atrasos no envio da matéria-prima necessária para a produção da vacina. Além disso, não houve qualquer empenho da União na liberação dos insumos junto ao Governo chinês.”, afirmou o Instituto Butantan em nota divulgada nesta quinta (18).
Estava prevista para fevereiro a entrega de 9,3 milhões de doses da CoronaVac, mas apenas 2,7 milhões de doses serão repassadas ao Ministério da Saúde, o que corresponde a 30% do total. No total, o governo federal já garantiu a compra de 100 milhões de doses da CoronaVac, sendo que 46 milhões devem ser entregues até julho e o restante no segundo semestre.
Em sua nota, o Butantan frisou que é o maior fornecedor de vacinas para o Plano Nacional de Imunização contra Covid-19.
“O Butantan já entregou 9,8 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus ao Ministério da Saúde, o que corresponde a 90% de todas as vacinas usadas na rede pública do país.”, diz a nota.
A nota do Butantan foi uma resposta às acusações de que o Instituto seria o culpado pelos atrasos no cronograma de vacinação contra Covid-19 no Brasil. Em comunicado oficial, o Ministério da Saúde disse que precisaria rever a distribuição das doses das vacinas por conta do atraso na entrega das doses da CoronaVac.
“A dificuldade em manter o cronograma inicial, neste momento, está em o Butantan conseguir cumprir as entregas das doses previstas em contrato. Diante da situação, o Ministério da Saúde precisará rever a distribuição das doses das vacinas relativas ao mês de fevereiro, divulgada aos secretários de saúde dos estados e Distrito Federal.”, diz a nota do Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde afirmou que está negociando com outras fabricantes de vacinas contra Covid-19, para garantir o cumprimento do Plano Nacional de Imunização.
“Neste momento, o Ministério da Saúde segue com as tratativas junto aos outros 6 fornecedores visando ampliar a quantidade de vacinas disponíveis a população.”, informou a nota.