A suspensão do consignado do Auxílio Brasil, que se estende desde 12 de janeiro, acabou saindo definitivamente do portfólio de produtos e serviços financeiros oferecidos pela CEF (Caixa Econômica Federal). A instituição bancária foi a responsável pela maioria dos créditos que a modalidade, criada na gestão Bolsonaro, concedeu.
A extinção do consignado do Auxílio Brasil vem poucas semanas depois que o banco publicou uma regulamentação atualizada sobre o crédito. Em nota enviada pela CEF à imprensa, ela diz que foram feitos alguns estudos técnicos acerca da modalidade de empréstimo foram concluídos.
Assim, a instituição optou por retirar o consignado do seu portfólio, já que estava em suspensão para revisão desde a primeira quinzena de janeiro.
Para quem é beneficiário do Auxílio Brasil e já contratou essa linha de crédito consignado nada será alterado. Os contratantes antigos continuarão com o desconto feito todos os meses de até 40% do montante total do seu benefício. Calculando em reais, a parcela pode alcançar o valor de R$ 160,00.
Então, para aqueles contratos que já foram realizados, não mudará absolutamente nada. O pagamento da prestação continuará sendo feito de maneira automática, através de desconto do total recebido do benefício. Quem explicou a questão foi o porta-voz do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Rita Serrano, presidente da Caixa Econômica Federal, em entrevista na última quarta-feira (22), disse que, considerando as regras novas do empréstimo consignado do Auxílio Brasil, a modalidade não tem condições de “se pagar”. Isso porque os juros cobrados antes eram de 3,5% e passaram a ser 2,5%.
Com essas novas regras, as operações realmente não se pagarão. Além do mais, o produto veio de uma estrutura, de uma disposição eleitoral. Ademais, a Caixa Econômica Federal foi a instituição bancária que mais ofereceu e concedeu o crédito, aproximando-se de R$ 7,6 bilhões, sendo uma exorbitância sem fim. É inviável oferecer crédito dentro de um auxílio assistencial para um cidadão que precisa se alimentar. De acordo com a opinião da presidente da CEF, o empréstimo realmente tinha que ser anulado.
Além do mais, Rita Serrano confirmou que é improcedente a questão dos perdões das dívidas do empréstimo consignado do Auxílio Brasil. Realmente, nenhum débito de quem já fez a contratação será “deixado para trás”. Contudo, os cidadãos brasileiros poderão contar com o programa “Desenrola Brasil”, que tem a previsão para lançamento lá em meados do mês de março.
Esse programa deve beneficiar as pessoas que têm esse tipo de dívida, possibilitando a renegociação, bem como até mesmo o acesso às taxas de juros menores. Isso, tecnicamente, fará com que o desconto no repasse do benefício do Auxílio Brasil diminua.