A procura por crédito durante a pandemia aumentou em seis vezes. O Serasa divulgou nesta terça-feira (27) os dados que apontam que a instabilidade financeira fez com que 79% dos brasileiros buscassem algum tipo de crédito durante a pandemia.
E os números não param por aí. Desse total, pelo menos um terço buscou crédito seis vezes ou mais nesse período. A maior parte desta porcentagem, ao menos 62%, recorreram ao cartão de crédito para a compra de itens essenciais, como alimentação e itens de limpeza. 14% pediram ajuda a amigos e 12% optaram pelo cheque especial.
A pesquisa revelou que 37% dos entrevistados tiveram a tentativa de crédito negada. 40% desse total receberam uma resposta negativa, como ter uma renda baixa, 35% por estarem com o nome na lista de inadimplentes e 28% não tiveram nenhum tipo de retorno.
59% dos entrevistados apontaram uma alta nos juros durante a pandemia, fato que realmente aconteceu, pois o BC aumentou em mais de 50% a taxa Selic, atualmente em 4.25% ao ano. Para quem tem algum tipo de rendimento em renda fixa e não tem dívidas, o aumento dos juros é positivo, porém para quem não tem, esse aumento não é bom.
A expectativa é que a obtenção de crédito fique ainda mais difícil, porque o Banco Central pretende aumentar novamente a taxa Selic na próxima reunião que irá acontecer em agosto. Com uma taxa de juros ainda mais alta, as classes mais baixas e inadimplentes vão ter mais dificuldades de conseguir crédito, por não terem as condições necessárias para recorrer aos Bancos.
De contramão, as classes sociais A e B tiveram uma maior facilidade para conseguir este crédito em virtude da pandemia de coronavírus. Ao todo, o levantamento foi feito com 2.068 entrevistados, através de uma coleta online entre 22 de junho e 2 julho deste ano.
É natural que as classes A e B tenham maior facilidade para conseguirem crédito, pois estas atendem aos requisitos básicos das financiadoras e bancos, como renda média alta e um patrimônio líquido considerável.
O acesso ao empréstimo para homens e mulheres é muito parecido. O que normalmente muda, é o limite que é concedido para cada um destes. 48% dos homens têm mais de R$ 3,6 mil de limite, enquanto 42% das mulheres obtêm mais do que esse valor.
85% possui um cartão de crédito, sendo que 68% tem mais que dois. Já entre as mulheres, 80% possui um cartão de crédito, enquanto que 65% têm mais que dois. 41% tem limite de R$ 3,6 mil ou mais.
Agora quando falamos entre as classes A e B, pelo menos 95% tem algum cartão de crédito, 74% tem mais de um, 54% buscou algum tipo de informação sobre crédito, além de 83% utilizaram crédito durante a pandemia.