A inflação do aluguel iniciou o ano com uma variação menos intensa que o observado no final de 2022. A saber, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,21% em janeiro, taxa bem menor que as registradas em novembro (0,56%) e dezembro (0,45%).
Em síntese, o indicador é popularmente conhecido como inflação do aluguel. E a desaceleração vista nos últimos meses mostra que os brasileiros estão sofrendo menos com o aumento dos preços do aluguel.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta segunda-feira (30).
Em resumo, o índice funciona como um indexador de contratos, incluindo os de locação de imóveis. No entanto, o IGP-M não fica limitado a aluguéis, atingindo também contratos de tarifas públicas e seguros, por exemplo.
Além disso, influencia mensalidades de escolas e universidades, tarifa de energia elétrica e planos de saúde. Em outras palavras, o IGP-M é muito importante para diversos segmentos da sociedade, influenciando-os de maneira direta.
Com o acréscimo do resultado de janeiro, o índice passou a acumular uma variação de 3,79% nos últimos 12 meses. A taxa anual foi bem menor que a registrada em janeiro de 2022, quando o IGP-M teve uma variação de 16,91% em 12 meses.
Em suma, a variação do IGP-M se dá por três indicadores:
Embora dois dos três indicadores tenham registrado aceleração em janeiro, na comparação com dezembro, o IGP-M foi puxado para baixo pelo IPA, cuja taxa registrou decréscimo de 0,47% para 0,10%.
“Entre os índices componentes do IGP-M, o índice ao produtor segue registrando arrefecimento das pressões inflacionárias”, disse André Braz, coordenador dos índices de preços.
“O preço das matérias-primas brutas desacelerou de 2,09% para 1,55% e, entre os bens intermediários, cuja taxa passou de -0,30% para -1,06%, a queda foi intensificada diante do comportamento de combustíveis e lubrificantes para a produção, cujos preços recuaram ainda mais passando de -2,26% para -5,05%”, explicou Braz.
Em síntese, o decréscimo registrado pelo IPA foi forte o suficiente para puxar o IGP-M para baixo neste mês. Isso aconteceu apesar da aceleração observada nos outros dois indicadores, cujas taxas ficaram mais elevadas que as de dezembro do ano passado.
No caso do IPC, a taxa variou 0,61% em janeiro, após alta de 0,44% no mês anterior. A taxa acelerou devido ao acréscimo registrado por cinco das oito classes de despesas pesquisadas pelo FGV Ibre.
A saber, os avanços vieram dos grupos educação, leitura e recreação (-0,26% para 2,04%), transportes (0,31% para 0,60%), saúde e cuidados pessoais (0,37% para 0,56%), comunicação (0,48% para 0,79%) e despesas diversas (0,08% para 0,26%).
Nestas classes de despesa vale destacar a variação dos respectivos itens: cursos formais (0,00% para 4,55%), licenciamento – IPVA (0,00% para 1,06%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,25% para 0,32%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,69% para 1,38%) e cigarros (-0,72% para -0,17%).
Em resumo, estes foram os itens que registraram os maiores avanços nos preços em janeiro, na comparação com dezembro, impulsionando os seus grupos de despesas. E o principal destaque foram os reajustes das mensalidades de escolas e cursos, segundo André Braz.
Por outro lado, os grupos alimentação (0,99% para 0,61%), habitação (0,42% para 0,09%) e vestuário (0,67% para 0,25%) tiveram decréscimo em suas taxas de variação em janeiro.
Estas classes de despesa receberam as maiores influências dos seguintes itens: hortaliças e legumes (9,75% para 2,10%), tarifa de eletricidade residencial (1,27% para -0,94%) e roupas (1,01% para 0,24%), respectivamente.
O terceiro indicador que compõe o IGP-M também acelerou em janeiro. No entanto, nem mesmo com isso a “inflação do aluguel” teve alta no país. Em outras palavras, os brasileiros puderam comemorar uma alta um pouco menor nos preços dos contratos de alugueis e diversos outros setores.
A saber, o INCC acelerou de 0,27% em dezembro para 0,31% em janeiro. Aliás, o indicador já havia registrado acréscimo no último mês do ano passado, indicando que o setor da construção estava mais caro para os brasileiros.
Agora, em janeiro, as variações dos três grupos componentes do INCC foram as seguintes: materiais e equipamentos (0,37% para -0,26%), serviços (0,43% para 0,53%) e mão de obra (0,16% para 0,77%).
Estes dados mostram que o principal fator para a aceleração do indicador em janeiro foi o aumento do custo da mão de obra. Em suma, os profissionais do setor passaram a cobrar mais caro pelos seus serviços, e isso impactou no INCC neste mês.